Mobilizações dos rodoviários e dos metroviários começaram na quarta (26). TRT determinou circulação de 60% da frota de ônibus em horários de pico e 40% nos outros períodos.




Passageiros voltaram a enfrentar dificuldades para pegar o transporte público no Grande Recife nesta quinta-feira (27), o segundo dia de greve dos motoristas de ônibus e paralisação dos metroviários. Além de esperar pelos coletivos em longas filas, foi preciso encarar coletivos lotados em que as portas quase não fechavam (veja vídeo acima).


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Na quarta, o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) determinou que o Sindicato dos Rodoviários garantisse a circulação de 60% da frota de ônibus em horários de pico e 40% nos demais períodos. No entanto, passageiros reclamaram da espera e do baixo número de ônibus circulando.

No Terminal Integrado de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, os ônibus saíram lotados e as filas eram longas. "Tenho que enfrentar essa fila gigante para fazer o tratamento de fisioterapia mesmo com essa situação", disse à TV Globo uma passageira que se identificou apenas como Isabel.


Ela contou que sai do bairro de Cajueiro Seco para o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no bairro dos Coelhos, na área central do Recife.

No Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste do Recife, havia poucas pessoas nas paradas de ônibus, mas alguns passageiros contaram que estavam esperando há horas por ônibus.


Foi o que aconteceu com Marcos, que mora em Camaragibe, na Região Metropolitana, e trabalha em Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes. Ele saiu de casa às 4h30 para tentar chegar ao trabalho. "Ontem [quarta] não consegui chegar no serviço. Hoje [quinta], saí de casa bem mais cedo e está a mesma situação", afirmou.

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No Terminal Pelópidas Silveira, em Paulista, no Grande Recife, diversos passageiros enfrentaram a demora e lotação dos coletivos para chegarem ao Recife ou a municípios como Abreu e Lima e Igarassu.


Sem acordo

Na manhã desta quinta, foi realizada uma audiência de conciliação entre o Sindicato dos Rodoviários e o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana). O encontro acontece no TRT6, no Cais do Apolo, no Bairro do Recife, sob comando do corregedor Fábio Farias.


A reunião terminou por volta das 9h e não houve conciliação entre os dois sindicatos. Com isso, a greve dos rodoviários continua por tempo indeterminado.

Aulas suspensas

A Universidade de Pernambuco (UPE) suspendeu as atividades acadêmicas desta quinta nos campi do Grande Recife e da Zona da Mata Norte do estado. Segundo a instituição, estão mantidas as atividades nas unidades de saúde e as atividades administrativas através de escalas em cada setor.



A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) não cancelaram as atividades, mas informaram que, na eventual impossibilidade de realizar aulas, recomendam aos professores que transfiram as atividades para outro dia.

Fila de ônibus parados

Imagens enviadas ao WhatsApp da TV Globo, mostram uma fila de ônibus parados no acostamento da PE-15, em Olinda, com uma viatura da Polícia Militar (PM) no local (veja vídeo acima).


De acordo com a Urbana:

Os rodoviários estacionaram os coletivos para impedir a circulação dos ônibus e depredaram veículos;

Ônibus que estavam em circulação tiveram os pneus furados e não conseguiram completar as viagens.

"A Urbana vem acusando o sindicato de manifestações, protestos, e isso tem sido feito de uma forma ordeira, dentro da lei. Qualquer situação diferente disso é por parte das empresas. O sindicato vem cumprindo a greve a as determinações do tribunal à risca", disse Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários do Recife.

Metrô fechado

No metrô, o funcionamento foi suspenso na terça (25), nas linhas Sul (elétrica e VLT) e Centro, totalizando 37 estações fechadas. Segundo o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, a paralisação dura até as 23h59 desta quinta, ou seja, o serviço volta a funcionar normalmente na sexta (28).


Ao todo, 180 mil passageiros se deslocam diariamente pelo sistema metroviário no Grande Recife, que leva passageiros de Camaragibe e Jaboatão à capital pernambucana, segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).


A CBTU também disse que:

Lamenta a decretação de greve de 48 horas, mas respeita a decisão da categoria";

"Não poderia deixar de assistir à população, por isso deu entrada em pedido judicial para cumprimento do serviço nos horários de pico, das 5h30 às 8h30 e das 17h30 às 19h30".

Entenda o impasse

A greve foi deflagrada após uma reunião entre o Sindicato do Rodoviários com a Urbana na terça-feira (25), em uma sessão comandada pelo corregedor do TRT-6, Fábio Farias, em que não houve acordo entre as partes. O Ministério Público do Trabalho de Pernambuco também estava presente na reunião.


Segundo o TRT-6, os rodoviários pediram 5% de reajuste salarial, aumento do vale-alimentação para R$ 500 e da gratificação pela dupla função exercida para R$ 200. No entanto, a Urbana ofereceu 3% de acréscimo no salário, R$ 370 de vale-refeição e R$ 150 de gratificação, mas a proposta não foi aceita.


No caso dos metroviários, uma assembleia foi realizada na noite da terça (25) na Estação Joana Bezerra, na área central do Recife, em que ficou decidida uma paralisação de 48 horas. De acordo com a categoria, é uma forma de protesto pela melhoria do transporte no Grande Recife e pela valorização dos profissionais do metrô.

Entre as reivindicações dos metroviários, presentes no Acordo Coletivo de Trabalho do sindicato, estão:

Reajuste do piso salarial para R$ 2.725;

Cláusulas garantindo a estabilidade dos empregos e realocação dos funcionários para outro órgão, caso o Metrô do Recife seja privatizado;

A retirada da CBTU, pelo governo federal, do Programa Nacional de Desestatização (PND).

Fonte: g1.globo.com/pe

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