A jovem, de 15 anos, e a tia prestaram depoimento por quase duas horas no Quartel do Derby. O caso ocorreu na sexta-feira (1) e foi filmado por moradores que presenciaram a ação, no bairro da Mangueira.
A adolescente de 15 anos que denunciou ter sido agredida por policiais militares e que foi imobilizada por um deles com os joelhos durante uma abordagem depôs nesta segunda-feira (4) à polícia. A ação dos PMs é investigada pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS). O caso ocorreu na sexta-feira (1) e foi filmado por moradores que presenciaram a ação, no bairro da Mangueira, na Zona Oeste do Recife.
Os nomes da garota e dos parentes não vão ser divulgados em respeito ao Estatuto da Criança e do Adolescente, já que a vítima é menor de 18 anos.
A jovem e a tia, que é responsável por ela, estiveram pela manhã no Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA), mas foram encaminhadas para depor no Quartel do Derby. Os depoimentos das duas levaram quase duas horas.
Elas afirmaram que deram todos os detalhes sobre o que aconteceu na abordagem policial. A garota disse que foi agredida depois que perguntou aos policiais o porquê de o irmão dela, que tem 21 anos, ter sido detido.
"Deu uma rasteira em mim, puxou meu cabelo, eu fiquei deitada no chão com as mãos para trás e o joelho dele em cima do meu pescoço", lembrou (Veja o vídeo)
No vídeo, é possível ver pessoas correndo e um dos policiais de joelhos em cima da adolescente, que está no chão. Uma mulher grita pedindo para filmarem, que estão agredindo a menina e que ela tem menos de 18 anos.
Ela afirmou que após as agressões foi levada no carro da polícia para um terreno. "Ficou ameaçando, dizendo que ia me matar e matar o meu irmão. Ele disse que tem arma em casa, que sabe onde eu fico. Isso me deixou com muito medo. Passei o sábado e domingo dentro do quarto, com medo de sair", disse.
No vídeo, é possível ver um dos policiais pressionando a garota com os joelhos — Foto: Reprodução/WhatApp
O caso foi registrado na Delegacia da Mulher. A garota passou por exame traumatológico no Instituto de Medicina Legal (IML). Os nomes dos agentes não foram divulgados.
A família da jovem comparou a abordagem à conduta policial que terminou no assassinato de George Floyd, nos Estados Unidos. O episódio causou uma onda de indignação depois da divulgação de um vídeo que mostra um policial branco ajoelhado no pescoço dele.
Por nota, a Polícia Civil informou que segue com as investigações até que o caso seja concluído. A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) disse que instaurou uma investigação para apurar possível infração disciplinar cometida por servidores da segurança pública e, caso haja elementos suficientes, pode ser instaurado um procedimento administrativo disciplinar.
Questionadas pelo g1, a Polícia Civil, a Polícia Militar e a SDS e não informaram se os policiais envolvidos no caso foram identificados. Também não foi explicado o porquê de os depoimentos terem sido colhidos no Quartel do Derby, onde fica o comando geral da Polícia Militar de Pernambuco.
Fonte: g1.globo.com/pe
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