Morador de Ribeirão Branco (SP) praticava uma modalidade esportiva conhecida na ilha como "plana sub". Segundo a esposa, o turista comprou um colete para que ela fizesse o passeio com segurança, mas ele não utilizou o equipamento porque sabia nadar.


Novo vídeo mostra turista que morreu em Noronha checando se esposa estava bem durante passeio (Ribeirão Branco) — Foto: Elizabeth Verneque Cordeiro Silva/Arquivo pessoal

Novo vídeo mostra turista que morreu em Noronha checando se esposa estava bem durante passeio (Ribeirão Branco) — Foto: Elizabeth Verneque Cordeiro Silva/Arquivo pessoal


Um novo vídeo divulgado ao G1 mostra o turista José Edvaldo da Silva, de 52 anos, usando prancha puxada por barco momentos antes do acidente que causou a morte dele no mês passado em Fernando de Noronha (PE).


O morador de Ribeirão Branco, no interior de São Paulo, praticava uma modalidade esportiva conhecida na ilha como "plana sub" ou mergulho de reboque, quando a pessoa segura uma prancha e é puxada por uma embarcação.


Segundo a esposa Elizabeth Verneque Cordeiro Silva, na hora em que o vídeo foi gravado, José Edvaldo olhou várias vezes para o lado para checar se ela estava bem durante o passeio. (Veja acima)


“É que ele estava do lado esquerdo, na ponta, e eu estava mais para o meio, e daí ele sempre olhava. Eu tenho certeza que ele estava olhando para ver se estava tudo bem comigo", conta Elizabeth Verneque Cordeiro Silva.

Elizabeth também contou que os dois estavam muito animados para fazer o passeio, durante a viagem em comemoração aos 30 anos de casamento.


No entanto, como Elizabeth não sabia nadar, José Edvaldo estava preocupado com a esposa e comprou um colete para que ela pudesse praticar o esporte em segurança. Já o diretor de escola, como sabia nadar e queria fazer o mergulho durante o passeio, não usou colete.


"No dia do acidente ele estava muito preocupado comigo. Ele ficava vendo se estava tudo bem comigo, e na verdade quem precisava do colete naquele dia era ele", lembra a esposa.

Casal comemorava 30 anos de casado em Noronha (PE) antes de José Edvaldo morrer em um mergulho — Foto: Arquivo pessoal

Casal comemorava 30 anos de casado em Noronha (PE) antes de José Edvaldo morrer em um mergulho — Foto: Arquivo pessoal

Quando o passeio terminou, Elizabeth contou que, aparentemente, tudo tinha corrido bem. Quando subiu no barco, achou que José Edvaldo já estava lá. Isso porque, como ela tinha dificuldades e usava o colete, demorou um pouco mais para sair da água.


Orgulhosa de ter conseguido completar o passeio, tentou procurar o marido no barco para compartilhar a experiência, mas não o encontrou.

José Edvaldo da Silva, de 52 anos, e a esposa Elizabeth Verneque Cordeiro Silva, de 45 anos, em Fernando de Noronha (PE) — Foto: Arquivo pessoal

José Edvaldo da Silva, de 52 anos, e a esposa Elizabeth Verneque Cordeiro Silva, de 45 anos, em Fernando de Noronha (PE) — Foto: Arquivo pessoal

“Um moço falou pra mim que achava que ele poderia estar no banheiro. Fiquei nervosa na hora, em pânico. Quando vi a porta do banheiro fechada, fiquei aliviada. Mas bateram e tiveram que arrombar. Ele não estava lá. Me ajoelhei no barco e fiz uma oração.”


Segundo ela, o Corpo de Bombeiros chegou muito rápido e todos que sabiam nadar pularam na água para tentar achar o marido, que foi socorrido e levado ao hospital.

Ela já estava na pousada se preparando para a transferência para a capital pernambucana, quando sentiu que deveria voltar ao hospital. Foi quando recebeu a notícia que o marido não tinha resistido.


“Realmente não se sabe o que pode ter acontecido. Pode ser que ele tenha engolido água lá embaixo e não conseguiu voltar, pode ser que ele tenha se afogado quando tirou o snorkel, é uma coisa que nunca vai saber. Infelizmente quando chega o dia e a hora, é aquele momento da partida. Mas ele estava muito feliz, fazendo o que ele gostava, em um lugar que ele amava.”


Segundo a declaração de óbito do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte de José Edvaldo foi asfixia por afogamento. O caso é investigado pela Delegacia de Fernando de Noronha.

Homenagem

Psicólogo viaja quase 3 mil km de moto em homenagem a amigo de Ribeirão Branco — Foto: Elizabeth Verneque Cordeiro Silva/Arquivo pessoal

Psicólogo viaja quase 3 mil km de moto em homenagem a amigo de Ribeirão Branco — Foto: Elizabeth Verneque Cordeiro Silva/Arquivo pessoal

A morte do diretor, que também foi professor de história em diversas escolas da cidade, causou comoção nas redes sociais. Vários amigos, colegas de profissão e alunos prestaram homenagens a Edd, como era chamado.


Nesta semana, um amigo próximo de Edvaldo decidiu fazer uma homenagem ainda maior ao diretor de escola. O psicólogo Lucas Raphael Fitz Balo Merigueti viajou cerca de 2,8 mil quilômetros de moto, de Ribeirão Branco (SP) ao Ceará, fazendo sozinho o percurso que tinha combinado de realizar com o amigo.

Na moto, ele colou a foto de Edvaldo, e ainda levou a jaqueta e o capacete do aventureiro. (Veja acima)


"Eu fui ouvindo Jota Quest, que era a banda preferida dele, parei nos lugares, fiz minha oração e pedi para Deus levar meu abraço para onde ele estiver."

g1.globo.com