Organização das Nações Unidas e Organização dos Estados Americanos têm até 60 dias para responder como podem atuar no caso.
Daniel da Silva foi atingido no olho por bala de borracha atirada pela PM durante protesto contra Bolsonaro no Recife, no sábado (29) — Foto: Hugo Muniz
Paulo Rocha criticou o não afastamento do secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio de Pádua, durante o curso das investigações sobre o caso. Também lembrou que, quando ocorreu a repressão, o gestor estava no Centro Integrado de Comando e Controle, onde são monitoradas, por meio de câmeras, ações de segurança no estado.
"Ao meu ver, o secretário [de Defesa Social] deveria se afastar, para proceder uma investigação. Se ele não for responsável, ele volta, não tem problema. Agora, uma pessoa que teria condição de comando, que, naquele momento, tinha acesso às câmeras no momento em que o processo já tinha sido iniciado, se ele tinha todas essas informações, porque ele vai investigar?", afirmou.
Governo e investigação
Moradores de prédios do centro acompanharam a violência dos policiais da janela
Moradores de prédios do centro acompanharam a violência dos policiais da janela
Ainda no sábado (29), a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) declarou que o estado não tinha determinado a ação da PM. O governador Paulo Câmara (PSB) informou, no mesmo dia, que tinha afastado o comandante da ação e policiais envolvidos na agressão à vereadora atingida com spray de pimenta no olho.
Na segunda (31), o secretário de Justiça, Pedro Eurico, repetiu que a ordem não partiu do governo e disse que "não há uma Polícia Militar paralela em Pernambuco". Na terça-feira (1º), o secretário Antonio de Pádua esteve na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Ele participou de uma reunião na Comissão de Direitos Humanos, mas saiu sem falar com a imprensa. Para os parlamentares, falta esclarecer de onde partiu a ordem para atirar nos manifestantes.
A presidente do colegiado, Jô Cavalcanti, do coletivo Juntas (PSOL), disse que ficaram faltando respostas. O presidente do Legislativo, Eriberto Medeiros (PP), afirmou que o secretário disse que a ordem não teria partido dele, mas não informou quem determinou a repressão.
O Ministério Público de Pernambuco abriu um inquérito civil. Na terça-feira (1º), o MPPE disse que o secretário Antônio de Pádua foi alertado sobre o protesto de sábado (29) pela 7ª Promotoria de Justiça e Direitos Humanos, que solicitou que ele orientasse a Polícia Militar para “evitar eventuais excessos”.
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