Presidente Jair Bolsonaro, em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada (Foto: Reprodução)

Presidente Jair Bolsonaro chama de "idiotas" pessoas que ficam em casa ao obedecer medidas restritivas por conta da covid


Ele aproveitou para enaltecer o agronegócio, que "não parou" durante a pandemia


Acuado com CPI, Bolsonaro tem radicalizado o discurso


O presidente Jair Bolsonaro chamou de “idiotas” as pessoas que ficam em casa ao obedecer medidas restritivas para evitar a disseminação do coronavírus, em conversa com apoiadores na manhã desta segunda-feira (17).

Ele aproveitou para enaltecer o agronegócio, dizendo que o homem do campo não parou durante a pandemia e, assim, garantiu alimentos para quem deixou de sair às ruas. O presidente participou de manifestação promovida por agricultores e religiosos no sábado, em Brasília.


Leia também:

Políticos lamentam morte de Bruno Covas: "Eterno exemplo", diz Doria


Diretor do Butantan prevê vacinação lenta até setembro contra a covid-19 no Brasil


Médico pode ser processado se receitar tratamento ineficaz contra covid-19, alertam especialistas


De 80 mil a 8 mil votos: A decepção de um ex-vereador com a política partidária


CPI ouve Ernesto Araújo nesta terça sobre críticas à China, ações por vacinas e cloroquina


"O agro realmente não parou. Tem uns idiotas aí, o 'fique em casa'. Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa. Se o campo tivesse ficado em casa, esse cara tinha morrido de fome, esse idiota tinha morrido de fome. Daí, ficam reclamando de tudo", disse.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro criticou as medidas restritivas e o uso de máscara, além de promover aglomerações e defender medicamentos comprovadamente sem eficácia contra a covid, como a hidroxicloroquina.

Acuado, Bolsonaro sobe o tom

Acuado com a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, o presidente tem radicalizado o discurso. Outro fator que tem pressionado Jair Bolsonaro é a alta desaprovação ao governo. O presidente também é visto como o principal culpado pela situação da crise sanitária.


O desempenho do presidente Jair Bolsonaro na resposta à pandemia do coronavírus é reprovado por pouco mais da metade dos entrevistados da última pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada na quinta-feira. De acordo com o levantamento, 51% consideram sua gestão na crise sanitária ruim ou péssima, enquanto 21% a consideram ótima ou boa — o menor índice de aprovação de Bolsonaro desde o início da pandemia.

A nova pesquisa eleitoral Datafolha ainda mostra que o ex-presidente Lula (PT) é o favorito para a eleição presidencial de 2022. Segundo o levantamento, o petista aparece com 41% das intenções de voto no primeiro turno. Jair Bolsonaro, em seguro lugar, tem 23%.


Ele tem ameaçado a edição de decreto para enfrentar medidas restritivas de prefeitos e governadores e insinua o uso do que chama de “meu Exército”.


Na avaliação de aliados, as falas não passam de “blefe”, um aceno para sua base popular e radical. Parlamentares destacam também a estratégia de fazer cortina de fumaça para encobrir os reais problemas, como colocar sob suspeita o sistema eleitoral brasileiro e atribuir a Deus a exclusividade de poder tirá-lo do cargo.


"Já falei que sou imorrível, já falei que sou imbrochável e também sou incomível", disse aos apoiadores nesta segunda-feira.

br.noticias.yahoo.com