Em publicação nas redes sociais, presidente voltou a citar medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente contra a Covid-19
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender, nesta sexta-feira (7/5), o chamado “tratamento precoce” da Covid-19, que usa medicamentos sem eficácia comprovada cientificamente contra a doença.
Em publicação nas redes sociais, Bolsonaro listou três opções a quem, por ventura, quiser aderir ao tratamento e disse que um indivíduo é “livre para escolher”, junto a um médico, “qual a melhor maneira de se tratar”.
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As duas primeiras opções citadas por Bolsonaro incluem a cloroquina e a invermectina — ambos medicamentos sem eficácia contra o novo coronavírus.
Em seguida, o presidente cita uma terceira opção e se refere ao ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, dizendo que o indivíduo só deve procurar um hospital quando estiver com falta de ar. Na terça-feira (4/5), o ex-ministro negou que tenha feito a orientação à época em que esteve no comando da pasta (leia mais abaixo).
“Escolha e, por favor, não encha o saco de quem optou por uma linha diferente da sua, tá ok?”, afirmou o presidente.
Mandetta nega orientação
Durante depoimento à Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) da Covid no Senado Federal, Mandetta negou que o Ministério da Saúde tenha orientado que pacientes com Covid-19 procurassem atendimento em hospitais somente após sentir falta de ar.
Segundo explicou o ex-ministro, antes mesmo após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter decretado pandemia do coronavírus, a orientação era observar o quadro, ainda em casa, e evitar ir ao hospital a fim de evitar aglomerações.
“Estávamos no mês de janeiro, fevereiro, não havia um caso registrado no país. O que havia eram pessoas em sensação de insegurança, pânico, porque viam no mundo inteiro situações na China, e as pessoas procuravam hospitais, no intuito de fazer testes”, disse. “Aquilo, 99,9% dos casos eram de outros vírus, e 0,001% eram indefinidos. Só fizemos transmissão comunitária depois do dia 24 de março”, disse.
“No momento de virose, a orientação é que se observe, não vá ao hospital porque aglomera, porque lá sim um paciente positivo se contamina na sala de espera”, prosseguiu Mandetta.
Em seu depoimento, que durou mais de 7 horas, o ex-ministro da Saúde, ainda falou em uma “guerra de narrativas”.
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“Tenho visto essa máxima sendo repetida e tenho percebido que é mais uma guerra de narrativas. Todas as orientações são para dar entrada pelo sistema de saúde”, declarou.
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