Nas imagens, o comissário aposentado Cláudio Marinho aparece dando socos no rosto de um homem, acusando-o de tentar roubar seu cordão de ouro e dizendo que 'dará uma lição' nele.

Vídeo mostra agressão no Centro do Recife — Foto: WhatsApp/Reprodução

A Polícia Civil investiga uma agressão praticada por Cláudio Marinho, ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE). Um vídeo enviado ao WhatsApp da TV Globo mostra o comissário aposentado dando socos no rosto de um jovem, acusando-o de tentar roubar seu cordão de ouro, no Centro do Recife, e dizendo que "dará uma lição" nele (veja vídeo acima).


Nas imagens, que foram gravadas ao lado do Pátio do Carmo e circulam pelas redes sociais, o ex-policial segura o jovem e, sob aplausos de quem assiste, afirma que comprou o "cordão com o suor do trabalho", mas que, se levar o homem até uma delegacia, será realizado "apenas" um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

"Eu vou dar uma lição nesse safado porque a Justiça não dá, a polícia não dá. Eu dou. Eu vim pra dar", afirma Cláudio Marinho, ao agredir o jovem, que chora e chama por Deus. Várias pessoas olham, mas ninguém faz nada. Uma mulher diz que é "mais um dia normal aqui na cidade".


No vídeo, também é possível ver, além das agressões, que o comissário aposentado aparece com a máscara de proteção contra a Covid-19 no pescoço. O G1 e a TV Globo tentaram contato com Cláudio Marinho, mas não conseguiram até a última atualização desta reportagem.

Em nota, a Polícia Civil informou que, ao tomar conhecimento do fato, iniciou uma "apuração do caso através da Delegacia do Rio Branco e adotará as providências cabíveis". A corporação também disse que Cláudio Marinho está aposentado desde novembro de 2014.


O Sinpol informou que tomou conhecimento do vídeo que está circulando pelas redes sociais. Por meio de nota, declarou que Cláudio Marinho não faz parte dos quadros do sindicato e que não há nenhum vínculo entre ele e o Sinpol.


"Lamentamos a violência generalizada que acomete toda a sociedade pernambucana e a impossibilidade, por falta de valorização e condições de trabalho da Polícia Civil, de conseguirmos exercer melhor nossas atividades para conter, ou ao menos minimizar, a violência sofrida diariamente pelo cidadão pernambucano", disse o sindicato, em nota.

g1.globo.com/pe