Além da prisão em Moreno, foram apreendidos, em Camaragibe, R$ 22 mil, celulares, dois veículos e um imóvel adquirido por quase R$ 1 milhão. Terceira fase da Operação 4 Milhões ocorreu nesta terça (11).

Durante a terceira fase da Operação 4 Milhões, foram apreendidos R$ 22 mil em cédulas — Foto: Polícia Federal/Divulgação

O chefe de uma quadrilha foi preso durante a terceira fase da Operação 4 Milhões, nesta terça-feira (11), no Grande Recife (veja vídeo acima). Segundo a Polícia Federal (PF), o cumprimento desse mandado de prisão preventiva faz parte da investigação do saque ilegal de precatório de R$ 4 milhões feito por um advogado na capital pernambucana.


Precatórios são dívidas do poder público (municípios, estados, União, autarquias e fundações) que surgem a partir de condenações na Justiça, contra as quais não cabe mais recurso. A PF não detalhou que tipo de precatório foi sacado ilegalmente (veja, mais abaixo, como funcionava o esquema fraudulento).


Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias e sequestro de imóvel. Essas medidas cautelares foram expedidas pela 4ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco e cumpridas por 30 policiais federais.

A prisão ocorreu em Moreno e as apreensões aconteceram em Camaragibe. Nesta terceira fase da operação, foram apreendidos R$ 22 mil em cédulas. Também foram realizadas outras apreensões nesta terça-feira (11), de acordo com Dário Sá Leitão, delegado da PF.


"Foram apreendidos dinheiro, aparelhos celulares, alguns documentos e dois veículos dessa organização criminosa e também um imóvel que foi adquirido por quase R$ 1 milhão. Agora, nós vamos ouvir alguns outros investigados, fazer análise desse material que foi apreendido e, ao final, encaminhar a investigação para o Ministério Público e a Justiça Federal", afirmou o delegado.


Além da prisão do chefe da associação criminosa, outros integrantes envolvidos no esquema fraudulento foram identificados pela PF, que não divulgou nomes ou idades deles.


A quadrilha é investigada pela prática dos crimes de estelionato qualificado, associação criminosa, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa. Se os integrantes forem condenados, podem receber penas que chegam a 30 anos de prisão.

O saque ilegal de precatório de R$ 4 milhões, de onde vem o nome da operação, aconteceu em 1º de setembro de 2020. Segundo a Polícia Federal, foi feito por um advogado que retirou o valor utilizando uma procuração pública feita com base em um documento de identidade falsificado (veja vídeo acima).



Ele foi preso preventivamente em novembro de 2020, durante a segunda fase da operação. Iniciadas em outubro de 2020, as investigações foram realizadas pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) após a Caixa Econômica Federal descobrir o golpe.


Para fazer o saque fraudulento, o advogado, que não teve nome ou idade divulgados, apresentou uma procuração pública lavrada no Cartório de Moreno e conseguiu sacar o precatório no valor de R$ 4 milhões.


O saque ocorreu na agência da Caixa localizada no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), na capital pernambucana. O golpe foi descoberto após a verdadeira beneficiária do processo ir até a agência da Caixa para receber o referido precatório.

Fases anteriores

Na primeira fase da operação, a PF apreendeu procurações fraudulentas capazes de levantar precatórios que, somados, totalizam R$ 12.773.226,59. A segunda fase foi deflagrada para encontrar comprovações de ligação dos outros envolvidos com o advogado que fez o saque ilegal.


Na segunda etapa, além do mandado de prisão contra o advogado, foram cumpridos outros três mandados de busca e apreensão domiciliar expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal no estado. As medidas cautelares foram para endereços no Recife e em Moreno.


Após ser ouvido na sede da Polícia Federal, no Cais do Apolo, na região central da capital pernambucana, o advogado foi levado para o Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife.

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