Estupro coletivo foi denunciado pela jovem nas redes sociais e é investigado pela Polícia Civil. 'Não adianta se esconder no anonimato das redes sociais porque vamos descobrir quem são essas pessoas', diz advogada Jéssica Brito.

Denúncia de estupro coletivo é investigada pela Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente de Jaboatão — Foto: Reprodução/TV Globo

A advogada da adolescente de 16 anos que denunciou ter sido estuprada por oito homens na orla de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, afirmou, nesta sexta-feira (30), que a jovem vem sofrendo ameaças e retaliações na internet.


De acordo com a advogada Jéssica Brito, será registrado um Boletim de Ocorrência para a Polícia Civil investigar os autores das ameaças. O estupro coletivo foi denunciado pela vítima nas redes sociais e é investigado pela corporação.


"Estão criando perfis falsos e dizendo que estavam indo na casa dela, que estavam à noite na esquina, olhando para a casa dela, que ela está inventando e fazendo tudo por mídia", contou a advogada.

Nesta sexta-feira (30), Jéssica Brito esteve na Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) de Jaboatão, que investiga o caso, e pediu respeito pela adolescente e sua família.


"Não adianta se esconder no anonimato das redes sociais porque vamos descobrir quem são essas pessoas. É uma jovem de 16 anos que sofreu um crime hediondo. Foram oito pessoas que estupraram ela no sábado (24)", disse.

A delegada Vilaneida Aguiar, que está à frente do inquérito, disse que só vai se manifestar "em momento oportuno" — Foto: Reprodução/TV Globo

De acordo com a advogada, a adolescente e a mãe ainda não tiveram condições de depor. Ela afirmou que a jovem e os familiares iniciam, na primeira semana de maio, um tratamento psicológico.


"Ela, infelizmente, não teve como comparecer porque teve um abalo psicológico e emocional muito grande. Ela e a família dela tiveram a vida destruída", declarou.


A advogada também contou que os oito suspeitos do estupro coletivo foram identificados e ouvidos pela polícia. "São oito, entre eles adolescentes e homens maiores de 18 anos", afirmou. Em respeito ao Estatuto de Criança e do Adolescente (ECA), a reportagem não vai divulgar o nome da vítima.

Entenda o caso

O caso do estupro coletivo gerou repercussão na internet depois que a adolescente publicou a denúncia no Instagram. À TV Globo, a jovem contou que estava com uma amiga e o namorado dessa colega quando foi abordada por um rapaz que já conhecia (veja vídeo acima).


Ela também disse que foi para a areia da praia com ele e um amigo e que, ao chegar lá, havia outros seis homens. Segundo a adolescente, todos a estupraram.


Nas redes sociais, ela publicou fotos mostrando como ficou o corpo depois das agressões. Em uma imagem, é possível ver arranhões e marcas de pancadas na barriga. A delegada Vilaneida Aguiar, responsável pelo inquérito, disse que só vai se manifestar "em momento oportuno".

Jovem publicou imagens de marcas que ficaram em seu corpo nas redes sociais — Foto: Reprodução/Instagram

Violência contra a mulher em Pernambuco

No primeiro trimestre de 2021, Pernambuco contabilizou 585 estupros. Isso representa uma redução de 7,58% em relação aos registros desse tipo de crime, entre janeiro e março de 2020, quando houve 633 ocorrências — os números, entretanto, seguem assustadores.


Também no primeiro trimestre de 2021, a Secretaria de Defesa Social contabilizou 10.761 queixas de crimes de violência contra a mulher. No mesmo período em 2020, foram 10.971 casos, número 1,91% menor.

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