Casa definiu 'senhor' como único pronome de tratamento a servidores públicos, incluindo deputados. Projeto de lei segue para análise do governador.
Plenário da Câmara Legislativa do DF — Foto: Carlos Gandra/CLDF
Pronomes como "Vossa Excelência" e "ilustríssimo" foram abolidos pela Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) como formas habituais de tratamento a servidores públicos e membros do Legislativo, Judiciário e Executivo locais.
O projeto de lei foi aprovado pelo plenário da Casa, em segundo turno, nesta quarta-feira (4). O texto propõe a padronização da forma como agentes públicos devem ser tratados.
A proposta segue para análise do governador, Ibaneis Rocha (MDB), que pode acatar ou rejeitar a proposta.
Ibaneis Rocha, governador do DF, discursa em frente à Mesa Diretora da Câmara Legislativa — Foto: Renato Alves/Agência Brasília
O objetivo é que todos os funcionários da administração pública direta ou indireta – incluindo militares, secretários de governo e o próprio chefe do Executivo – sejam chamados por "senhor" ou "senhora".
Pela regra, o funcionário público que exigir ser chamado por quaisquer dos pronomes de tratamento abolidos (veja lista abaixo) será submetido a um processo disciplinar.
Formas de tratamento
Segundo o projeto de lei, a expressão "senhor" deve ser usada "independentemente do nível hierárquico, da natureza do cargo, da função ou da ocasião" do agente público, em substituição às seguintes formas de tratamento:
Vossa Excelência ou Excelentíssimo
Vossa Senhoria
Vossa Magnificência
Doutor
Ilustre ou ilustríssimo
Digno ou digníssimo
Respeitável
Segundo o autor do projeto de lei, o deputado Hermeto (MDB), o tratamento dado às autoridades "remonta ao Brasil Colônia" e "embaraça" a comunicação dos agentes públicos com a população.
"Principalmente as pessoas mais humildes chegam em um gabinete, em alguma repartição e não sabem como se dirigir às autoridades. Então, achei melhor usar "senhor" pra todo mundo, sem distinção", disse ao G1
Deputado distrital Hermeto (MDB) — Foto: TV Globo/Reprodução
O deputado também afirma que a proposta visa minimizar hierarquias socialmente construídas. "Carregamos, há anos, essas hierarquias no tratamento. O deputado, por exemplo, foi eleito pelo povo, então tem que conversar com as pessoas de igual para igual."
"Qual seria o motivo para uma 'autoridade' exigir forma de tratamento diferenciada do cidadão comum?"
A quem se destina?
Fachada do Palácio do Buriti, sede do Executivo em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução
A regra, caso seja aprovada por Ibaneis, vai valer para o seguintes membros da administração pública:
Servidores públicos ocupantes de cargo efetivo
Militares da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros
Empregados públicos
Pessoal temporário
Empregados, conselheiros, diretores e presidentes de empresas públicas e sociedades de economia mista
Empregados terceirizados que exercem atividades diretamente para os entes da administração pública
Ocupantes de cargos em comissão e em funções de confiança
Autoridades públicas de qualquer nível hierárquico, incluídos os secretários de Estado, os conselheiros e membros do Ministério Público do DF e do Tribunal de Contas do DF
Deputados Distritais
Governador e Vice-Governador
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