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24 / 06 / 2020
Você sabe como se planejar para morar sozinho e se tornar independente o quanto antes? Já vamos avisando que não é fácil e requer disciplina e responsabilidade, mas o planejamento financeiro é essencial e faz todo o esforço valer a pena.
Basicamente, você precisa estar pronto para gerenciar o orçamento de uma casa, lidar com imprevistos e criar sua própria rotina do zero.
Para tornar essa jornada mais tranquila, preparamos um guia com dicas valiosas de planejamento financeiro, controle de gastos e preparativos para sua mudança.
Como se planejar para morar sozinho e seguir a tendência global
Saber como se planejar para morar sozinho vem se tornando um requisito básico, já que cada vez mais pessoas escolhem a vida solo no mundo.
Nos EUA, 28,3% dos lares eram formados por uma única pessoa em 2019 (em 1970, eram 17%), segundo dados publicados no Statista.
Já no Reino Unido, a expectativa é que 1 em cada 7 britânicos (10,7 milhões de pessoas) morem sozinhos até 2039, de acordo com as estimativas do Office for National Statistics publicadas no The Guardian em 2019.
A explicação para esse fenômeno está no crescimento econômico e oportunidades profissionais, que dão mais liberdade de escolha à população e, também, no adiamento dos casamentos e filhos.
Com esse novo estilo de vida, as pessoas passam mais tempo se dedicando à própria carreira e desenvolvimento pessoal - e morar sozinho facilita isso.
No Brasil, os lares familiares ainda predominam e os números são mais tímidos, mas também estão mudando: a quantidade de pessoas que moram sozinhas saltou de 10,4% da população para 14,6% entre 2005 e 2015, segundo dados do IBGE publicados na revista Exame em 2016.
Desses, 44,3% são idosos com mais de 60 anos, que nem sempre estão sós por opção.
Por outro lado, o levantamento mostra que muitos jovens estão seguindo na contramão da tendência com a chamada “geração canguru”: 1 em cada 4 pessoas de 25 a 34 anos ainda morava com os pais em 2015, mesmo tendo renda própria (em 2005, a proporção era de 1 a cada 5).
Entre os fatores que explicam a resistência em sair da casa dos pais na idade adulta estão os casamentos tardios, alto custo de vida, mais anos dedicados aos estudos e questões emocionais.
Mesmo assim, a maioria dos jovens ainda está disposta a encarar os desafios de morar sozinho em nome da sua independência - e a tendência é que os lares unipessoais aumentem nos próximos anos.
É normal ter dúvidas sobre como se planejar para morar sozinho, mas é preciso se preparar para enfrentar os desafios da vida solo.
Para começar, a pergunta-chave: quanto custa morar sozinho?
Saiba desde já que planejar seu orçamento será a tarefa mais complexa e importante para conquistar sua autonomia. Para você ter uma ideia, quase 35% das pessoas que moram sozinhas estavam endividadas em 2017, de acordo com uma pesquisa do SPC Brasil divulgada no Jornal Hoje.
Para evitar essa situação, é preciso ter um bom planejamento financeiro para lidar com imprevistos como a demissão, já que você será o único responsável pelas contas de casa.
Além disso, se planejar para morar sozinho envolve preparo psicológico e escolhas que vão definir sua qualidade de vida, como veremos a seguir.
Entender como se planejar para morar sozinho é o caminho mais seguro para conquistar sua independência sem tantos percalços. Siga os passos abaixo para se organizar com antecedência.
1. Quite as dívidas e forme sua reserva
Só comece a se planejar para morar sozinho quando estiver com as dívidas pagas e uma reserva de emergência formada. Afinal, você não vai querer comprometer parte da renda com todas as contas para pagar, muito menos correr o risco de se endividar ainda mais por conta de imprevistos.
A reserva financeira deve ser suficiente para cobrir entre 6 e 12 meses de gastos fixos, para que você consiga se mudar com tranquilidade.
Se você ainda não tem esse dinheiro, é melhor passar mais alguns meses poupando do que assumir gastos altos sem nenhuma garantia.
O próximo passo é colocar todos os gastos fixos no papel e descobrir qual será seu custo de vida morando sozinho. Esse é o momento de definir o padrão de vida que você poderá bancar de acordo com sua renda, pesquisando preços e estabelecendo limites para cada despesa.
É aqui que muita gente se atrapalha, pois existem vários gastos “invisíveis” na casa dos pais, e dificilmente você conseguirá manter o padrão de consumo pagando aluguel e todas as suas contas – é bom que desde já você tenha isso em mente.
Para começar, some estas despesas básicas:
Aluguel e condomínio (considerando a média da região desejada);
Contas de consumo (água, luz, gás, etc);
TV, telefone, internet e celular;
Plano de saúde (se aplicável);
Serviços por assinatura (Netflix, Spotify, etc);
Supermercado (alimentação, higiene pessoal, produtos de limpeza, etc);
Serviço de limpeza (se for contratar);
Mensalidade da academia, faculdade, curso, etc.
Se você tiver carro, precisa considerar também os gastos de seguro, manutenção e IPVA, e se tiver um pet, inclua os gastos dele.
Dica: use a planilha de gastos mensais da Neon para organizar facilmente.
Além dos gastos fixos, é importante considerar também os gastos variáveis na hora de se planejar para morar sozinho.
Se você já tiver o hábito de usar um app ou planilha de controle financeiro, fica fácil: é só somar despesas como farmácia, vestuário, eletrônicos, lazer, educação, transporte, entre outros gastos esporádicos nos últimos meses e fazer uma média.
Se não, você pode calcular uma média de cabeça mesmo, ainda que não seja muito precisa.
Assim, você tem uma estimativa dos custos que variam mês a mês para incluir no seu orçamento.
Com os gastos fixos listados, você já tem a base para planejar seu orçamento de acordo com a renda mensal.
Existem vários métodos de composição de orçamento que você pode usar:
50/20/30: 50% para gastos essenciais, 20% para prioridades financeiras (como financiamentos e investimentos) e 30% para momentos de lazer e desejos pessoais;
60/20/10/10: 60% para gastos essenciais, 20% para prioridades financeiras, 10% para investir e 10% para lazer e outros gastos supérfluos.
Além disso, especialistas em finanças costumam recomendar que você não comprometa mais de 50% da renda com gastos fixos ou mais de 30% com aluguel.
Mas todas essas porcentagens são apenas referências, pois só você pode determinar qual o equilíbrio ideal das suas contas e quais são suas prioridades.
Para isso, considere o valor líquido do seu salário ou faturamento líquido (sem impostos, encargos e demais descontos) e calcule qual porcentagem da renda será destinada aos gastos essenciais.
Com esse resultado em mãos, você decide como distribuir o restante do orçamento entre gastos variáveis, investimentos, cultura, educação e lazer. Lembrando que sim, é possível morar sozinho com pouco dinheiro, desde que você aceite uma vida mais simples, tenha uma renda estável e consiga aplicar essas regras financeiras.
Um dos pontos fundamentais ao se planejar para morar sozinho é escolher muito bem o imóvel, já que o aluguel será a despesa mais pesada do orçamento e a casa ou apartamento vai definir seu estilo de vida.
Na hora de pesquisar imóveis, é importante avaliar se vale a pena pagar um pouco mais para morar mais perto do trabalho, gastar menos com transporte e ter mais qualidade de vida, por exemplo.
Outra questão é o tamanho e distribuição dos cômodos da casa, que deve atender às suas necessidades sem excessos - lembre-se da limpeza e reparos do espaço. Além disso, leve em conta critérios como segurança, proximidade do comércio e parques, valor do condomínio, IPTU e vizinhança.
Por fim, não se esqueça dos seguros e garantias necessários para alugar um imóvel, que podem representar despesas extras. Além dos tradicionais fiador, caução e seguro fiança, já existem plataformas online como o Quinto Andar, que viabilizam locações com base apenas na análise de crédito.
Depois de organizar suas finanças, planejar o orçamento e escolher o novo endereço, você já está pronto para fazer a mudança.
Nessa hora, é importante segurar a empolgação e não sair comprando todos os móveis e decorações dos seus sonhos de uma vez, ou você já vai começar a vida nova com dívidas no cartão de crédito.
No início, o importante é ter o essencial, como geladeira, mesa, cama, fogão, máquina de lavar e micro-ondas. Os itens mais caros como sofá, poltronas, estante, tapetes, luminárias, objetos de decoração podem ser comprados aos poucos, dentro do orçamento que você planejou.
Para economizar nesse começo, você pode fazer um open house com os amigos para ganhar alguns itens básicos, garimpar brechós e entrar nos grupos de troca e desapego do Facebook, por exemplo.
Agora você sabe como se planejar para morar sozinho no sentido prático, mas também precisa se preparar psicologicamente. Afinal, ter seu próprio espaço e pagar suas contas é um grande passo, e a adaptação pode ser difícil nos primeiros meses.
Claro que as vantagens de morar sozinho são inúmeras: privacidade, autonomia para fazer o que bem entender, liberdade para gerenciar suas escolhas e seu dinheiro, e outros benefícios que só a independência traz.
Mas, ao mesmo tempo, você terá que abrir mão de vários hábitos para economizar, se tornar muito mais responsável e resolver tudo no dia a dia - desde a torneira que quebrou até a reclamação do vizinho -, além da inevitável solidão que aparece em alguns momentos.
O que podemos dizer é que, no fim das contas, o esforço vale a pena e quase sempre é um caminho sem volta.
E então, criou coragem para colocar seus planos em prática e ir morar sozinho? Conte para gente nos comentários.
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