Enquanto a campanha para ficar em casa em decorrência da pandemia do novo coronavírus ganha adeptos em todo o Distrito Federal, há uma classe de trabalhadores que não só continua nas ruas como convive com o aumento na demanda de serviços: os motoboys.
Apesar de ser impossível quantificar o número de entregadores no DF, por causa da informalidade, o Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Distrito Federal (Sindmoto-DF) estima que entre 10 mil e 15 mil profissionais desse segmento circulam pela capital.
Gustavo Aranha, 35 anos, vive essa rotina pesada praticamente o dia inteiro. À tarde, atende entregas por vários aplicativos e, à noite, atua no delivery de uma pizzaria da qual é contratado. Em oito anos desempenhando tarefas como motoboy, ele diz nunca ter visto demanda igual. “Se não fossem os aplicativos, ninguém ia dar conta. É muito pedido de uma vez”, relata.
Nos aplicativos, por exemplo, ele afirma estar acostumado a fazer entre sete e oito viagens na hora do almoço. A quantidade dobrou: “Agora faço 15, 16, mesmo com o aumento do número de motoboys, já que muita gente perdeu o emprego e foi buscar uma moto para trabalhar”, explica.
Na pizzaria, o serviço também cresceu. Com o fechamento do salão para que clientes pudessem consumir no local, toda a entrega de comida tem acontecido por intermédio de Gustavo. “Agora, as pessoas estão se alimentando em casa. Só o delivery mesmo que está funcionando nos lugares”, conta.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Estimulante natural poderoso para levantar a disposição do homem chega ao Brasil. Confira!
TITAN BLUE 12X
Estimulante natural poderoso para levantar a disposição do homem chega ao Brasil. Confira!
Apesar de estar feliz com a alta demanda, Aranha está ciente dos perigos neste momento de pandemia. Ele diz que, até o momento, todos os cuidados de higiene têm sido tomados por conta própria. “Ando com meu álcool, não estou subindo em apartamento nenhum. A gente acaba se arriscando, porque precisa mesmo do dinheiro. Tem que ter muita força de vontade”, assinala.
Quando retorna para casa, o profissional afirma que a primeira coisa a fazer é entrar pela área dos fundos, tirar a roupa e ir direto para o banho. Como a esposa trabalha em uma clínica médica, os dois tentam se ajudar no que podem. “Antes, eu chegava, me jogava no sofá e descansava um pouco. Agora, não dá mais para fazer isso”, comenta.
José Antônio da Silva, 34, tem menos tempo de profissão, mas se mostra igualmente espantado com a quantidade de pedidos nas últimas semanas. Trabalhando exclusivamente com aplicativos de entrega, ele afirma que os dias de maior faturamento antes do coronavírus não chegam perto da média atual. “Começo por volta das 11h30 e fico até as 22h. Antigamente, fazia no máximo 10. Agora, chego a 19 [pedidos]”, relata.
O motoboy, na verdade, sempre trabalhou como açougueiro. Demitido no ano passado, viu nos aplicativos de entrega uma forma de conseguir continuar pagando as contas. “Deu uma melhorada e já dá para pagar as prestações da moto com mais calma”, brinca.
Não só refeição tem demanda alta
O entregador Vander Lima, 51, trabalha em uma empresa de motoboys como contratado. Normalmente direcionado a atender um açougue em Brasília, ele diz que o número de pedidos triplicou. “São oito entregas pela manhã e pela tarde. Antigamente, as viagens não passavam de três por turno”, comenta.
As solicitações são tantas que Vander chegou a encontrar outro colega de trabalho realizando entregas no mesmo apartamento. “Era eu de açougue e ele levando compras de mercado para uma idosa.”
Vander conta que a relação com os clientes também mudou. Se antes era comum subir até o apartamento, hoje tudo é feito pela portaria. “Já até me deram a senha do cartão para eu digitar, com medo de pegar na maquininha”, revela.
Não só refeição tem demanda alta
O entregador Vander Lima, 51, trabalha em uma empresa de motoboys como contratado. Normalmente direcionado a atender um açougue em Brasília, ele diz que o número de pedidos triplicou. “São oito entregas pela manhã e pela tarde. Antigamente, as viagens não passavam de três por turno”, comenta.
-------------------------
As solicitações são tantas que Vander chegou a encontrar outro colega de trabalho realizando entregas no mesmo apartamento. “Era eu de açougue e ele levando compras de mercado para uma idosa.”
Vander conta que a relação com os clientes também mudou. Se antes era comum subir até o apartamento, hoje tudo é feito pela portaria. “Já até me deram a senha do cartão para eu digitar, com medo de pegar na maquininha”, revela.
0 Comentários
A sua mensagem foi recebida com sucesso!