Polícia determinou a abertura de um inquérito para investigar se houve negligência dos funcionários da unidade e Secretaria de Educação disse que está 'tomando todas as providências necessárias'.



Mãe fotografou as marcas das mordidas nas costas da bebê, que teriam ocorrido em creche de Rio Verde — Foto: Arquivo Pessoal
Mãe fotografou as marcas das mordidas nas costas da bebê, que teriam ocorrido em creche de Rio Verde — Foto: Arquivo Pessoal

Uma bebê de 10 meses foi mordida, segundo a mãe, 15 vezes em uma creche de Rio Verde, no sudoeste de Goiás. O caso aconteceu na última quinta-feira (6), mas só nesta quarta-feira (12) a Polícia Civil determinou a abertura de um inquérito para investigar se houve negligência por parte dos funcionários do Centro Municipal de Educação Infantil Dona Tata.

A mãe da bebê não havia procurado a delegacia, porque conversou, de acordo com ela, diretamente com os representantes da Secretaria de Educação, que ficou de apurar o caso. Em nota, a secretaria de Educação de Rio Verde confirmou que “abriu uma investigação imediatamente após tomar conhecimento do caso e está tomando todas as providências necessárias”.

“O que mais revolta que foram 15 mordidas em uma só criança, não tem explicação, é injustificável. Mas a questão é ninguém ver. Ela não chorou? Como que ele não chorou? Ela não tem defesa. Como que ninguém viu ela tomando essas mordidas. Porque uma criança levar uma mordida, até então a gente entende, e chegar ser informada. Porque criança morde. Mas essa quantidade em uma só criança é desumano”, contou a mãe de 31 anos, que tem outro filho de 11 anos e também atua na área da educação.

Ainda segundo ela, quando foi buscar já percebeu que ele estava com uma marca no nariz e chegou a perguntar a uma das monitoras o que tinha ocorrido.

“Quando eu fui buscar ela na creche, ela estava bastante agitada. Quando eu cheguei na porta que ela me viu, ela ficou totalmente diferente o comportamento, tipo pedindo socorro, querendo me contar alguma coisa. Aí vi que ela estava com um sinalzinho no nariz, foi o que eu vi na hora. Ainda perguntei a uma das monitoras se ela tinha machucado o nariz. Ela falou que não sabia, mas que poderia ter sido que alguma criança ter passado a unha”, contou.

Mas o susto maior veio em casa. “Eu já saí chateada porque ela que deveria ter abordado a mim o fato ocorrido. Quando eu cheguei em casa eu já percebi na orelhinha dela e daí eu já fiquei preocupada e conversei com meu esposo até mesmo antes de tirar a roupinha dela. Já fiquei bem descontrolada. Aí não deu outra, quando eu tirei que fui contando, foram 15 mordidas”, informou.
A mãe da menina contou ainda que no mesmo dia entrou em contato com a coordenadora.

“Ela também me disse que não tinha sido relatado nada para ela lá na creche, nenhumas das monitoras não tinha falado nada para ela. Ela disse que ia procurar saber, deu o suporte inicial. Marcaram uma reunião no dia seguinte e eu fui lá conversei por volta de uma hora com as monitoras que estavam no local, elas alegam o tempo todo que não viram. Que minha filha não chorou e que não viu nada de estranho”, disse ela.

A menina estava na terceira semana de aula, mas a mãe diz que ela não voltará mais para a unidade.

“Ela não vai mais voltar para a creche. No momento, eu estou bastante abalada ainda. Às vezes eu penso em outra, mas no momento eu não estou querendo não. A gente fica meio que assustada”, afirmou.

Para a mãe, fica o alerta para escolher melhor quem atua em creches. “Essas monitoras não estavam capacitadas para prestar este tipo de serviço. Conversei com representante da secretaria, e eles disseram que estão investigando afastaram as monitoras”, concluiu.

Investigação
O delegado regional Danilo Fabiano Carvalho disse que, independente da mãe não ter procurado a delegacia, determinou a abertura do inquérito.

“Há evidência de que possa ter acontecido uma situação. Se houve ou não negligência da creche, só a investigação oficial vai mostramos. Ainda estamos em fase inicial. Foi em um ambiente público. Foi uma situação pontua? Houve omissão por parte dos educadores? Todas as respostas vamos buscar”, disse Danilo.

O delegado informou ainda que o primeiro passo é ira creche para chegar até a mãe e depois pedir que seja feito um exame de corpo de delito na criança. “Vamos ouvir a mãe e os funcionários da creche”, informou Danilo.



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