Ele se entregou à polícia em Balneário Camboriú (SC) depois de ficar mais de 24 horas na sacada do apartamento ameaçando se jogar
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O advogado Paulo de Carvalho Souza, 42 anos, se entregou à polícia na noite dessa quarta-feira (3/4) após ficar mais de 24 horas ameaçando se jogar do prédio em que morava em Balneário Camboriú, litoral de Santa Catarina. Ele é suspeito de ter matado a namorada e mantido o corpo dela escondido dentro do apartamento.

O homem teria comprado, segundo testemunhas, sacos de gelo para conservar o cadáver e evitar que o cheiro chamasse a atenção dos vizinhos. A namorada dele também era advogada e tinha 30 anos. A família de Lucimara Stasiak informou que os dois estavam juntos há um ano e ela nunca falou sobre atos de violência por parte do companheiro.
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Os policiais foram chamados por pessoas que moram no prédio onde o casal residia. Os vizinhos contaram aos militares que estranharam o fato de o homem carregar para o imóvel vários sacos de gelo. Testemunhas contaram que Lucimara foi vista pela última vez na quinta-feira (27/3), quando escutaram uma discussão entre os dois no local.
Depois que o crime foi descoberto, Souza se trancou na sacada e a polícia passou a negociar a rendição. Uma equipe especializada conversava com o advogado, que aparentava estar em surto psicótico.

Além da atitude estranha, a vizinhança decidiu chamar a Polícia Militar por causa de um cheiro forte que saía do apartamento do casal. O caso é tratado como feminicídio.



A Ordem dos Advogados do Brasil de Santa Catarina publicou uma nota de pesar referente ao episódio e decretou luto oficial pelo período de três dias.

“Ficamos consternados com o ocorrido e não aceitamos qualquer tipo de violência. Estamos falando da vida de uma pessoa, o bem mais precioso que temos, suprimida em circunstâncias dramáticas”, declarou o presidente da OAB/SC, Rafael Horn, por meio de nota.


Neste 2019, o Metrópoles iniciou um projeto editorial para dar visibilidade às tragédias provocadas pela violência de gênero. As histórias de todas as vítimas de feminicídio do Distrito Federal serão contadas em perfis escritos por profissionais do sexo feminino (jornalistas, fotógrafas, artistas gráficas e cinegrafistas), com o propósito de aproximar as pessoas da trajetória de vida dessas mulheres.



O Elas por Elas propõe manter em pauta, durante todo o ano, o tema da violência contra a mulher para alertar a população e as autoridades sobre as graves consequências da cultura do machismo que persiste no país.

Desde 1° de janeiro, um contador está em destaque na capa do portal para monitorar e ressaltar os casos de Maria da Penha registrados no DF. Mas nossa maior energia será despendida para humanizar as estatísticas frias, que dão uma dimensão da gravidade do problema, porém não alcançam o poder da empatia, o único capaz de interromper a indiferença diante dos pedidos de socorro de tantas brasileiras.

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