
MTST pede doações para que moradores realizem reformas necessárias no prédio, localizado na Zona Sul do Recife. Edifício precisa ser desocupado até a quarta (20).
O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) em Pernambuco realizou neste domingo (17) um ato em apoio aos moradores do Edifício Holiday, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife. Voluntários também foram ao local para tentar encontrar formas de ajudar. A três dias do prazo final para desocupação e interdição da edificação, determinadas pela Justiça por causa do risco oferecido pelo local, eles tentam angariar fundos para as reformas necessárias.
O ato foi realizado no térreo do edifício. Coordenadora do MTST em Pernambuco, a estudante Vitória Genuíno afirma que, no local, os moradores estão recebendo doações e materiais para os reparos elétricos. No sábado (16), um terço dos moradores havia saído dos apartamentos, segundo o síndico.
"Hoje, fizemos uma mobilização para tentar sensibilizar o máximo de pessoas possível. Vamos fazer uma vaquinha virtual para a obra e precisamos arrecadar, inicialmente, R$ 400 mil. Estamos pensando em vários tipos de ações para iniciarmos a reforma. Cada um, no seu território, pode espalhar as ações para fazermos as mudanças necessárias", diz Vitória.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/r/P/cdCW7nSPuxDBAbAIb4ag/holiday-recife.jpg)
Edifício Holiday fica no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo
O prédio foi construído em 1956, tem 476 apartamentos em 17 andares e apresenta uma série de problemas estruturais relatados pelos órgãos públicos desde 1996. A maioria dos moradores, no entanto, ainda não sabe o que fazer e nem para onde ir. Na sexta (15), eles foram ao juiz responsável pela decisão pedir mais tempo para sair de suas residências.
De acordo com a co-deputada Jô Cavalcanti, integrante do mandato coletivo Juntas (PSOL), que preside a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a mobilização tenta conseguir mais tempo para que os moradores consigam fazer uma reforma no local.
"Estamos tentando arranjar encaminhamentos para recuperar a parte elétrica do Holiday. Advogados estão tentando, de alguma forma, conseguir mais tempo para que as reformas comecem a ser feitas. Marcamos, para a terça-feira [19], uma audiência pública na Alepe com os órgãos responsáveis", afirma.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/G/A/Y3HEOOShKAf2zSAwVK1g/holiday-recife-2-.jpeg)
Moradora mostra comprovante de pagamento do IPTU de seu apartamento no Edifício Holiday, Zona Sul do Recife — Foto: Léo Burgos/TV Globo
Moradores
Mesmo com a decisão judicial, muitos moradores se recusaram a sair do Holiday. Inconformada, a moradora Semirames Gomes guarda o comprovante de pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2019.
"Meu IPTU está pago e vou segurar até onde puder, mas estou encaixotando minhas coisas, para o caso de realmente ter que sair", diz.
Outro morador que resiste a sair do edifício é Caron Magalhães. Tentando se aposentar, ele afirma que pretende ficar no prédio o máximo possível. "Não tenho para onde ir. Moro só, com meu cachorro, e vou ficar aqui até onde puder", declara.
Defesa Civil aponta problemas no Edifício Holiday
Risco estrutural
De acordo com a Defesa Civil do Recife, o risco estrutural do Edifício Holiday é alto: em uma escala que vai de 1 a 4, o prédio encontra-se em grau 3. Segundo o órgão, o imóvel precisa de reformas imediatas por causa da queda de reboco e problemas nas fundações da edificação.
Segundo o Corpo de Bombeiros, os problemas verificados no Holiday vão desde a inundação do subsolo até a falta de componentes básicos de prevenção ao fogo, além de falhas e da sobrecarga das instalações elétricas. O transformador, no subsolo do edifício, está em uma área inundada e precisa de troca de fiação, o que apresenta riscos graves para os moradores.
g1.globo.com
0 Comentários
A sua mensagem foi recebida com sucesso!