A vítima mora em Sorriso (400 km de Cuiabá) e contou ao LIVRE que tinha fortes embates com o companheiro em função das opiniões políticas distintas entre eles. Na segunda-feira, o conflito culminou na agressão. “Eu não consigo nem acreditar que ele teve essa atitude por causa de política”, disse ela.
Segundo a jovem, ela estava fazendo o almoço para os dois e se sentou para aguardar que a carne ficasse pronta. Foi quando pegou uma caneta e começou a escrever em sua mão os nomes “Haddad e Manuela d’Ávila”.
“Na hora que eu estava terminando de escrever ‘D’Ávila’, ele viu e falou que era para eu tirar. Eu falei que não ia tirar e ele falou: ‘então eu vou tirar para você’. Pegou a caneta e começou a passar na minha mão. Eu pensei que era brincadeira, até empurrei ele, mas aí ele começou a passar com força e a machucar minha mão. Aí ele veio para cima de mim”, contou a jovem.
Ela afirmou que a sogra estava na casa e viu toda a agressão. A princípio, eles foram cada um para um lado, porém, segundo a jovem, depois ele retornou à cozinha, enquanto ela mexia nas panelas, e dobrou a mão dela para baixo.
“Isso tudo a família toda dele vendo o que estava acontecendo. Até a hora em que ele me soltou e o pai dele tirou ele de lá. Eu peguei a mamadeira da minha filha para fazer leite para ela e, quando entrei no quarto, escutei o barulho dele jogando o meu celular no chão. Porque eu falei para ele que ia chamar a polícia para mostrar o que ele estava fazendo”, relatou.
A vítima pegou o celular quebrado no chão e foi novamente para a cozinha, sendo seguida pelo marido, que a segurou pelos braços. O rapaz precisou ser retirado mais uma vez pelo pai, para que as agressões fossem cessadas. “Ele [o pai do suspeito] falou: ‘essa não é a educação que eu te dei’ e saiu”, contou.
A jovem relatou ainda que não teria sido a primeira vez que sofreu agressões do companheiro, mas os motivos eram outros, como ciúmes, ou roupas usadas por ela, que nem mesmo teria direito a ir para a casa de amigas. Há cerca de um ano, ela teria abandonado o marido, também por causa de agressões, e se mudado para Goiás, mas voltou para a cidade ao descobrir que estava grávida e deu uma nova chance ao relacionamento.
“Porque eu sei o que é ficar sem pai, eu sei o que é ser criada sem pai. Eu só estou aqui passando por tudo isso por causa da minha filha, porque se não fosse por minha filha, eu já estava longe”, contou a jovem, que afirmou não ter condições e não ter mais o pai ou a mãe vivos.
No caso da segunda-feira (22), a agressão aconteceu na casa da sogra. Segundo a vítima, o pai do suspeito tentou acusá-la de ser a culpada pela confusão. Somente a mãe dele, que presenciou toda a agressão, defendeu a nora dizendo ter visto que quem deu início à briga foi o filho.
“Ela falou: ‘eu vi, eu sei que ele é desaforado, estourado. Por que vocês não se separam e vão cada um para um lugar?’, aí eu falei: ‘eu vou fazer isso'”, disse a jovem, que está decidida a se separar.
O rapaz queria que a vítima fosse embora junto com ele e que os dois conversassem quando chegassem em casa, porém, com medo de ser agredida, ou de que o marido pegasse a filha, de seis meses, e fizesse algo, a jovem fugiu para a casa de uma amiga, que a abrigou.
O suspeito foi preso pela Polícia Militar e autuado pelos crimes de lesão corporal e ameaça, mas foi solto mediante pagamento de fiança.
Medidas protetivas foram deferidas em favor da vítima.
olivre.com.br
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