Instituto é acusado de expedir documentos falsos e se tornou alvo de operação da PCDF. Vítimas são estudantes de baixa renda

Um instituto acusado de fornecer diplomas falsos para alunos de educação física foi alvo de uma operação da Polícia Civil do DF, deflagrada na manhã desta terça-feira (2/10). A PCDF cumpriu sete mandados de busca e apreensão em Taguatinga, Brazlândia, Águas Lindas e Valparaíso (GO), no Entorno do DF.
De acordo com as investigações da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes (Corf), os alunos não tinham conhecimento do golpe que teria sido aplicado pelo Instituto Axioma. Pelo menos quatro pessoas teriam sido enganadas. Mas, a partir de agora, a PCDF vai apurar se mais estudantes, a maioria de baixa renda, também se tornaram vítimas.
Segundo informações da Corf, os estudantes frequentavam, por três anos e meio, o curso de educação física. Participavam de aulas presenciais aos sábados. Pagavam entre R$ 300 e R$ 400 mensalmente ao instituto, ou seja, podem ter tido prejuízo de cerca de R$ 10 mil. Eles só descobriam o suposto esquema no momento em que iam tirar o registro profissional.
O Conselho Regional de Educação Física do Distrito Federal (Cref) notou a grande quantidade de diplomas falsos vindos do mesmo instituto e acionou a Corf. O Axioma alegava aos seus alunos que tinha convênio com universidades credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) e fornecia o documento falso contendo nomes dessas instituições, que, segundo a polícia, não participam da fraude.
Em um dos casos investigados, um aluno levou o diploma ao Cref para tirar o registro, mas o Conselho informou ao aluno que havia suspeita de fraude. A vítima voltou ao instituto e contou o ocorrido para a diretoria. A gestora forneceu novo documento, que também seria falsificado.
Além das sedes do Axioma, a Polícia Civil fez buscas nas casas de três empresários alvos da operação. Os responsáveis pela instituição não foram localizados pelo Metrópoles até a última atualização desta reportagem.
Três proprietários do instituto vão ser investigados por falsificação de documentos, estelionato e associação criminosa. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, a Polícia Civil apreendeu R$ 11 mil em espécie, cheques e diplomas. O instituto tem unidades em Taguatinga, Samambaia, Brazlândia, Águas Lindas (GO) e Valparaíso (GO).





O nome da operação – Sofista – faz referência a pensadores gregos que comercializavam “falso saber”. “O alerta é para as pessoas optarem por instituições credenciadas pelo MEC e desconfiarem de valores abaixo do mercado. Os alunos foram enganados”, ressaltou Wisllei Salomão, chefe da Corf.


Metrópoles acessou o e-MEC, mecanismo de busca do MEC que divulga os nomes das instituições de ensino credenciadas pela pasta. Porém, não encontrou o Axioma. Mais cedo, a assessoria de comunicação do ministério fez a mesma pesquisa. Também não achou a instituição. Área técnica do ministério apura informações sobre o instituto e, nas próximas horas, deve divulgar nota.
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