Delegado afirma que a quadrilha funcionava como uma verdadeira empresa, tendo sua base situada no Gama

Uma organização criminosa especializada no roubo de cargas é alvo da Operação Pallum, deflagrada pela Polícia Civil do DF na manhã desta quarta-feira (12/9). Foram cumpridos oito mandados de prisão temporária, cinco de preventiva e 13 de busca e apreensão em Santa Maria, Gama, São Sebastião, Planaltina, Valparaíso (GO), Novo Gama (GO). Pedregal (GO) e Luziânia (GO).
A investigação é da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas da  Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri).  De acordo com a polícia, o grupo é estruturado e caracterizado pela divisão de tarefas.
“A organização criminosa atuante no Distrito Federal e na Região do Entorno funcionava como uma verdadeira empresa, tendo sua base situada no Gama”, disse o coordenador da Corpatri, Marco Aurélio Vergílio. “Essa carga era armazenada em um depósito do grupo criminoso e, posteriormente, era vendida a pequenos comerciantes situados no Distrito Federal e Entorno”, completou.
As investigações indicaram que o grupo aliciava funcionários das empresas que eram vítimas da quadrilha para receberem informações privilegiadas, como a rota de entrega das mercadorias, valor da carga transportada, horário das distribuições, dispositivos de rastreamento do veículo, da carga e botão de pânico. Com essas informações, o grupo se reunia para cometer o roubo.
“Durante a execução dos delitos, os investigados usavam veículos produtos de roubo adulterados, armas de fogo, máscaras cirúrgicas, luvas e óculos escuros, estes últimos itens com objetivo de não serem identificados”, explicou o delegado.
A Corpatri identificou que os criminosos faziam uso de “atravessadores” que intermediavam as vendas das mercadorias roubadas junto a pequenos comerciantes.Os criminosos negociavam as cargas  em torno de 50% a 60% do valor real da nota fiscal. Os pagamentos à organização criminosa, geralmente, eram feitos em espécie ou por transferência bancária.
Presos
Segundo a investigação, o grupo era liderado por Bruno Alessandro Soares. Os outros presos são: Erinaldon do Santos; Thiago da Silva Nunes; Pedro Henrique Souza de Oliveira; Francisco Ubiratan Maia Chaves; Márcio Dias do Nascimento, Daniel Pereira Marques; Isaac Lincoln Evangelista, Pedro Gabriel de Souza Galdino; e Alexandre Ferreira Lima.
Os investigados foram indiciados por organização criminosa (cuja pena é de três a oito anos de reclusão) e roubo de carga majorado (quatro a 10 anos), com aumento de dois terços devido o emprego de arma de fogo. De acordo com a polícia, foram identificados, até o momento, ao menos seis delitos praticados pela quadrilha o que pode elevar a pena mínima para mais de 30 anos de reclusão.
VocatusEm junho deste ano, a Polícia Civil deflagrou uma outra megaoperação com foco no roubo de cargas. Ao todo, 11 pessoas foram alvo de mandados de prisão. A PCDF saiu às ruas na manhã do dia 13, com 200 homens para cumprir três conduções coercitivas (quando a pessoa é obrigada a depor) e 22 ordens judiciais de busca e apreensão. A ação ocorreu em Águas Claras, São Sebastião, Gama, Estrutural e Cidade Ocidental (GO).
      A Vocatus é um desdobramento de outra ação, deflagrada em 7 de março deste ano, na qual foram apreendidas aproximadamente 50 toneladas de mercadorias roubadas. O flagrante ocorreu em Ponte Alta, no Gama.
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