Investigações da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais, da Polícia Civil, revelam novo braço de atuação da organização paulista
Durante a Operação Edge, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão em Ceilândia, Samambaia e Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do DF. Somente em Brasília, o grupo cometeu sete crimes entre 5 de janeiro e 17 de fevereiro de 2018. Em Goiás, Minas Gerais, Tocantins, São Paulo, Bahia e Sergipe, foram contabilizadas 38 ocorrências em 2018.
“Passamos meses para conseguir identificar cada um dos envolvidos, o modus operandi e as articulações criminosas. O investimento em recursos humanos e materiais é fundamental para, continuamente, se reprimir de forma eficaz essas organizações criminosas especializadas. A meta é que elas não consigam, de forma alguma, se instalar e se fortalecer no Distrito Federal”, explicou Marco Aurélio Vergilio de Souza.
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Durante as investigações, que duraram cerca de sete meses, os policiais descobriram que os crimes não ocorriam de forma aleatória. De acordo com a Corpatri, os autores se reuniam para planejar os furtos analisando e escolhendo os estabelecimentos que poderiam trazer mais lucro.
Conforme relatório da Divisão de Análise Técnica e Estatística da Polícia Civil, em 2016 foram constatados cinco roubos a lojas de telefonia em shoppings e centros comerciais no DF. O número subiu para 21 casos em 2017. Até maio de 2018, foram 11 casos, não havendo registros nos meses de junho e julho.
População também é alvo nas ruas
A mira dos criminosos não se restringe a lojas. No Distrito Federal, é difícil achar alguém que não tenha sido vítima de roubo ou furto de celulares, conforme mostrou a reportagem no sábado (8). Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), entre janeiro e agosto, 33.818 aparelhos foram alvo dos ladrões. A média é de 140 casos por dia. Mas o número pode ser maior, uma vez que nem todas as ocorrências são notificadas.
No feriado de sexta-feira (7), o Metrópoles esteve na Rodoviária do Plano Piloto para entrevistar personagens que tivessem passado pela frustração de ter o celular levado por criminosos. E o resultado foi assustador: todas as 15 pessoas abordadas pela reportagem já tinham ficado no prejuízo ao menos uma vez devido à ação de bandidos.
Facções criminosas em volta do DF
No último dia 27, o Metrópoles publicou matéria mostrando que as forças policiais da capital do país passaram a ter uma preocupação a mais em relação a duas cidades goianas próximas ao Distrito Federal: Formosa e Anápolis. Em fevereiro de 2018, o governo de Goiás inaugurou dois presídios nessas localidades, que passaram a abrigar detentos de alta periculosidade.
A fim de evitar confrontos entre presos integrantes das duas maiores facções criminosas do Brasil, a administração penitenciária do estado vizinho optou por segregá-las. Para a unidade de Formosa são mandados os detentos identificados como membros do Comando Vermelho (CV). Já os presos fiéis ao Primeiro Comando da Capital (PCC) são mantidos em Anápolis.
O agrupamento de encarcerados extremamente organizados e violentos em unidades distintas fez a Polícia Militar do Distrito Federal alterar a forma de patrulhar as regiões mais próximas às saídas para essas duas cidades.
Segundo o comando da corporação, houve orientação para os batalhões de área e as unidades especializadas da PMDF (Rotam e Patamo) reforçarem o efetivo em Planaltina – que faz divisa com Formosa – e nas redondezas de Alexânia, cidade vizinha do DF que está na rota para Anápolis.
www.metropoles.com/distrito-federal
O faturamento de bandidos especializados em roubo a lojas de celulares no Distrito Federal chamou atenção da maior facção criminosa do país: o Primeiro Comando da Capital (PCC). De olho no lucro milionário, a organização teria passado a financiar quadrilhas que agem em Brasília para que elas cometessem outros crimes. A nova frente de atuação foi descoberta pela Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), da Polícia Civil (PCDF).
A unidade da PCDF deflagrou a Operação Edge na semana passada. Entre a quarta (5/9) e a quinta-feira (6), policiais desarticularam um grupo interestadual que agia, além do DF, na Bahia, Goiás, Minas Gerais e São Paulo, entre outras unidades da Federação.
Segundo os investigadores, a estimativa é de que esse bando tenha lucrado até R$ 4 milhões. O esquema chamou atenção dos líderes da facção paulista, que assegurou o fornecimento de armas pesadas e veículos para que as empreitadas fossem cada vez mais frequentes e profissionais. Violento, o grupo chegou a ter dois integrantes mortos durante confrontos com a Polícia Militar de Goiás.
“A quadrilha especializada em furtos e roubos de celulares tinha atuação permanente em Brasília e no Entorno do DF. Verificamos que há indícios de que a facção criminosa de amplitude nacional (PCC) tenha dado suporte humano e material a furtos ocorridos em agências dos Correios das cidades de Alexânia e Águas Lindas de Goiás”, contou o delegado Ronney Matsui, da Corpatri
Um dos receptadores ligados ao grupo, Wisllan Borges Sales usava duas lojas de limpeza de carros em Ceilândia para lavar o dinheiro faturado com a venda dos celulares. Wisllan está entre os 15 presos pela Corpatri. O Metrópoles teve acesso às imagens feitas durante a prisão dele.
Veja:
Lava a jato de fachadaNos dois lava a jato de Wisllan em Ceilândia, foram cumpridos mandados de busca e apreensão. Em um deles, na QNN 24, os investigadores levaram documentos para ajudar nas apurações. Um dos principais objetivos da polícia é descobrir o quanto de dinheiro foi lavado nos estabelecimentos.
Segundo as apurações, além de receptar os produtos roubados e manter os lava a jato, Wisllan costumava “encomendar” alguns roubos a lojas de celulares.
No decorrer desses meses de investigação, nós conseguimos elucidar diversos crimes praticados pelos integrantes dessa organização criminosa e responsabilizar criminalmente os principais envolvidos"
Operação EdgeDurante a Operação Edge, foram cumpridos 15 mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão em Ceilândia, Samambaia e Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do DF. Somente em Brasília, o grupo cometeu sete crimes entre 5 de janeiro e 17 de fevereiro de 2018. Em Goiás, Minas Gerais, Tocantins, São Paulo, Bahia e Sergipe, foram contabilizadas 38 ocorrências em 2018.
“Passamos meses para conseguir identificar cada um dos envolvidos, o modus operandi e as articulações criminosas. O investimento em recursos humanos e materiais é fundamental para, continuamente, se reprimir de forma eficaz essas organizações criminosas especializadas. A meta é que elas não consigam, de forma alguma, se instalar e se fortalecer no Distrito Federal”, explicou Marco Aurélio Vergilio de Souza.
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Durante as investigações, que duraram cerca de sete meses, os policiais descobriram que os crimes não ocorriam de forma aleatória. De acordo com a Corpatri, os autores se reuniam para planejar os furtos analisando e escolhendo os estabelecimentos que poderiam trazer mais lucro.
Conforme relatório da Divisão de Análise Técnica e Estatística da Polícia Civil, em 2016 foram constatados cinco roubos a lojas de telefonia em shoppings e centros comerciais no DF. O número subiu para 21 casos em 2017. Até maio de 2018, foram 11 casos, não havendo registros nos meses de junho e julho.
População também é alvo nas ruas
A mira dos criminosos não se restringe a lojas. No Distrito Federal, é difícil achar alguém que não tenha sido vítima de roubo ou furto de celulares, conforme mostrou a reportagem no sábado (8). Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), entre janeiro e agosto, 33.818 aparelhos foram alvo dos ladrões. A média é de 140 casos por dia. Mas o número pode ser maior, uma vez que nem todas as ocorrências são notificadas.
No feriado de sexta-feira (7), o Metrópoles esteve na Rodoviária do Plano Piloto para entrevistar personagens que tivessem passado pela frustração de ter o celular levado por criminosos. E o resultado foi assustador: todas as 15 pessoas abordadas pela reportagem já tinham ficado no prejuízo ao menos uma vez devido à ação de bandidos.
Facções criminosas em volta do DF
No último dia 27, o Metrópoles publicou matéria mostrando que as forças policiais da capital do país passaram a ter uma preocupação a mais em relação a duas cidades goianas próximas ao Distrito Federal: Formosa e Anápolis. Em fevereiro de 2018, o governo de Goiás inaugurou dois presídios nessas localidades, que passaram a abrigar detentos de alta periculosidade.
A fim de evitar confrontos entre presos integrantes das duas maiores facções criminosas do Brasil, a administração penitenciária do estado vizinho optou por segregá-las. Para a unidade de Formosa são mandados os detentos identificados como membros do Comando Vermelho (CV). Já os presos fiéis ao Primeiro Comando da Capital (PCC) são mantidos em Anápolis.
O agrupamento de encarcerados extremamente organizados e violentos em unidades distintas fez a Polícia Militar do Distrito Federal alterar a forma de patrulhar as regiões mais próximas às saídas para essas duas cidades.
Segundo o comando da corporação, houve orientação para os batalhões de área e as unidades especializadas da PMDF (Rotam e Patamo) reforçarem o efetivo em Planaltina – que faz divisa com Formosa – e nas redondezas de Alexânia, cidade vizinha do DF que está na rota para Anápolis.
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