Com 'Reasons To Be Cheerful', cantor de 65 anos compila boas notícias. Ex-líder do Talking Heads criou site e faz palestras para mostrar que 'mundo não é inferno'.
David Byrne se apresenta no segundo dia do Lollapalooza 2018 (Foto: Marcelo Brandt/G1)
ansado de ler notícias que o faziam pensar que "o mundo é um inferno", David Byrne resolveu fazer alguma coisa. O "Razões para ser otimista" (ou "Reasons To Be Cheerful") é um projeto no qual o cantor de 65 anos compila notícias e ensaios para alimentar um blog e várias palestras.
O álbum mais recente do ex-líder do Talking Heads, banda do hit "Psycho Killer", saiu no mês passado e se chama "American Utopia". É a parte
"Como pessoa, é um projeto que me ajuda ficar vivo e a manter minha sanidade", disse Byrne ao G1, rindo um pouco, antes de se apresentar no Lollapalooza 2018, em São Paulo.
"Todo mundo precisa de algo para pensar 'Ok, o mundo não é inferno'. Afinal, ainda tem gente fazendo coisas incríveis. Quero encontrar coisas que me dão esperança. Podemos não ter fé em nossos líderes, mas o nosso povo está fazendo a diferença".
Top 5 das 'Razões para ser otimista' de David Byrne
Vento, ventania...
Usina de energia eólica na Alemanha (Foto: Wikimedia Commons)
Em um de seus primeiros posts no Blog, Byrne comemorou que "a energia eólica está se tornando financeiramente viável".
Västra Hamnen, na cidade sueca de Malmö, está prestes a se tornar o primeiro bairro neutro em carbono da Europa. Todo o dióxido de carbono
O prefeito da cidade, Ilmar Reepalu, diz que isso é resultado do fechamento das duas usinas nucleares da cidade. O objetivo é ter toda a cidade de Malmö neutra em carbono até 2030.
Cantoria com crianças e jovens
Byrne também estimula a divulgação do trabalho de escolas de música frequentadas pelos mais jovens. No mês passado, ele elogiou a versão de "American Utopia" feita por alunos da Detroit School of Arts. Tudo foi gravado em vídeo por estudantes de rádio e TV da mesma escola (assista acima ao vídeo).
"A gravação mudou completamente o que eu pensava sobre a música. É sério, mudou o significado da canção – eu percebi que é sobre inclusão, sobre receber bem e não ficar sozinho", disse Byrne em seu blog.
Otimismo pode ser com uma festinha, né?
Zlatne Uste Golden Festival (Foto: Reprodução/Site oficial de David Bryne)
David Byrne também é entusiasta de festas que mostram diversidade cultural e o fazem ficar um pouquinho mais otimista. O Zlatne Uste Golden Festival, no Grand Prospect Hall do bairro do Brooklyn, em Nova York, acontece em janeiro.
"É um festival de música de dois dias sobre os países dos Bálcãs. Ele é generosamente inclusivo. Tem Hungria (tecnicamente não muito dos Balcãs), Sérvia, Croácia, Bósnia, Bulgária, Macedônia, Albânia e Montenegro", enumerou Byrne, empolgadão.
É bom, então copia!
Ciclistas em Bogotá, na Colômbia (Foto: InvestInBogota)
Em seu blog, o cantor defende o lema de que "se é bom, tem que copiar". E o cantor usa as bicicletas como exemplo. Ele escreveu nove livros, incluindo "Diários de Bicicleta" (2009), que o fez ser reconhecido como ativista das bikes.
"Em Bogotá [na Colômbia] havia um programa muito inovador para ciclistas. Anos depois, essa iniciativa virou modelo para Nova York e muitos outros lugares", escreveu Byrne. Ele costuma alugar bicicletas por onde passa com sua turnê para conhecer ciclovias: no mês passado, fez isso na Argentina e no Brasil.
A prisão mais humana do mundo
Em outro post na seção de Educação de seu blog otimista, Byrne analisa boas ideias implementadas em presídios pelo mundo.
"A Noruega parece ter descoberto uma solução. Setenta e cinco de cada 100 mil pessoas estão encarceradas. A taxa de retorno à prisão depois de dois anos é de 20% lá, contra 76,6% nos EUA em um período de cinco anos. O que eles estão fazendo está funcionando", conclui.
O cantor cita que a prisão norueguesa de Halden tem uma atmosfera "relativamente normal". "Não há grades nas janelas e os prisioneiros têm cozinhas completas (facas incluídas!), TVs de tela plana e muito treinamento vocacional", lista, defendendo o rótulo de prisão “mais humana” do mundo.
"Uma razão pela qual pode ser difícil vender essa ideia é que custa mais dinheiro abrigar um detento em uma prisão como a Halden - mais de US$ 93.000 por ano, em comparação com os US $ 31.286, em média, nos EUA", explica. Mas, para ele, "a baixa taxa de reincidência resultante significa que, se alguém adota a visão de longo prazo, na verdade, economiza dinheiro".
g1.globo.com/olha-que-legal/noticia
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