Enquanto o total de registros de violência contra a mulher dentro de casa gira entre 50 e 60 em dias de semana, a quinta-feira 8 teve 84 ocorrências
Em pleno Dia Internacional da Mulher, celebrado na
quinta-feira (8/3), o número de casos de violência doméstica contra mulheres no
Distrito Federal foi mais alto que a média. De acordo com a Polícia Militar,
houve o registro de 84 chamados, sendo a maior parte em Ceilândia, seguida de
Taguatinga e Paranoá.
"Em um dia de semana como quinta-feira, é comum o
registro de 50 a 60 ocorrências", informa Michello Bueno, chefe da
assessoria de imprensa da PMDF. De acordo com ele, a violência doméstica está
entre as categorias de crime mais atendidas pela corporação.
Socos e facas
Entre os casos que levaram ao acionamento da corporação,
está o de uma mulher agredida por socos pelo companheiro, na QNM 24 de
Ceilândia. Ele ainda tentou feri-la com uma faca, mas a vítima conseguiu tomar
o objeto e fugir, pedindo ajuda aos vizinhos. O homem a ameaçou e disse que
voltaria para matá-la. A mulher abriu uma ocorrência na 23ª Delegacia de
Polícia (P Sul).
Na Cidade Estrutural, durante a noite, uma criança procurou
o 15º Batalhão da PM em busca de ajuda para uma tia, que estava sendo agredida
fisicamente pelo marido. Quando os militares chegaram ao local, na Quadra 12, o
agressor havia fugido. Segundo relatos, ele agrediu a esposa de manhã e voltado
à noite com uma faca e fazendo ameaças de morte. Localizado mais tarde no
bairro Santa Luzia, o agressor foi preso e autuado com base na Lei Maria da
Penha.
Perfil do agressor no DF
Balanço feito pela Secretaria de Segurança Pública e da Paz
Social (SSP/DF) mostra que, entre 2016 e 2017, a violência doméstica no
Distrito Federal aumentou 12,1%, passando de 13.212 casos para 14.806. Foi o
maior registro de casos nos últimos oito anos.
O dia da semana com o maior número de agressões foi domingo.
Já o horário com maior incidência foi das 18h às 20h59, o que coincide com a
chegada das pessoas em casa após o trabalho. Outubro foi o mês que teve o maior
número de registros: 1.470.
Uma análise a respeito do perfil dos agressores destaca que
89,7% são homens, com idade entre 18 e 40 anos. Em relação às vítimas, 90% são
mulheres de 18 a 30 anos. Ainda segundo dados de 2017, 7,7% das vítimas tinham
sofrido violência anteriormente, enquanto 8,8% dos agressores eram
reincidentes.
Das tipologias de violência abarcadas pela Lei 11.340/06
(Maria da Penha), a moral/psicológica foi constatada em 64,5% dos casos no ano
passado. Em seguida, estão a física (52,2%), a patrimonial (10,8%) e a sexual
(1,7%). As ocorrências de outras naturezas apareceram em 9,4% das ocorrências.
Regiões com maior incidência
Ceilândia é a região administrativa com o maior número de
ocorrências. Somente no ano passado, os órgãos de segurança registraram mais de
2,3 mil casos. Na última quinta-feira (8/3), a PM atendeu 20 chamados na
cidade. Em seguida, aparecem Samambaia (1.193), Planaltina (1.179) e Taguatinga
(971).
Apoio militar
O Policiamento de Prevenção Orientado à Violência Doméstica
(Provid), ligado à PM, oferece suporte às pessoas que sofrem esse tipo de
crime. De acordo com a corporação, o núcleo viabiliza "a intervenção mais
rápida à família, de forma que a vítima de violência receba a atenção e o
cuidado necessários para sua proteção e a de seus familiares”.
Órgãos como o Tribunal de Justiça do DF e Territórios
(TJDFT), o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) e defensorias
públicas atuam em parceria com a PM para a atuação do Provid.
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