Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o lote é original e a venda foi feita em 2006. Motorista da vereadora também foi assassinado
Perícia feita pela Polícia Civil do Rio de Janeiro no carro em que estava a vereadora Marielle Franco (PSol), no Rio de Janeiro, revelou que a munição utilizada pelos criminosos para matar a parlamentar é de lotes vendidos para a Polícia Federal de Brasília, em 2006. A informação foi dada com exclusividade pelo RJTV.
Segundo a Divisão de Homicídios, o lote de munição UZZ-18 é original. Isso significa que ela não foi recarregada. Os tiros saíram de uma pistola calibre 9mm. De acordo com a perícia, os lotes de munições foram vendidos pela empresa CBC.
Agora, as polícias Civil e Federal vão iniciar um trabalho conjunto de rastreamento. Outra informação divulgada nesta sexta-feira (16/3) é que o carro utilizado pelos bandidos, um Cobalt com placa de Nova Iguaçu, era clonado.
O Metrópoles acionou a Polícia Federal, que ainda não se manifestou sobre o resultado da perícia.
Execução
A principal linha de investigação, até o momento, é de uma execução premeditada. O assassinato estaria ligado à atividade política da vereadora. Ela foi morta com três tiros na cabeça e um no pescoço quando ia para casa, de carro, com o motorista Anderson Gomes, de 39 anos, assassinado com três tiros pelas costas. Uma assessora, que estava ao lado de Marielle, sobreviveu e prestou depoimento à polícia. Tudo ocorreu na quarta-feira (14).
A principal linha de investigação, até o momento, é de uma execução premeditada. O assassinato estaria ligado à atividade política da vereadora. Ela foi morta com três tiros na cabeça e um no pescoço quando ia para casa, de carro, com o motorista Anderson Gomes, de 39 anos, assassinado com três tiros pelas costas. Uma assessora, que estava ao lado de Marielle, sobreviveu e prestou depoimento à polícia. Tudo ocorreu na quarta-feira (14).
“Uma das possibilidades, sim, é essa da execução. Mas não descartamos ainda outras (possibilidades) até porque o crime aconteceu há 10, 12 horas”, disse o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo Barbosa.
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Antes de ser morta, Marielle foi a uma reunião de mulheres negras na Lapa, no centro. Saiu por volta das 21h30, acompanhada de Gomes e da assessora. Elas se sentaram no banco de trás e Gomes ficou no volante. O veículo seguia para a casa de Marielle, na Tijuca, zona norte.
Na altura da Praça da Bandeira, na Rua Joaquim Palhares, um Chevrolet Cobalt prata emparelhou à direita do veículo em que Marielle seguia. Um dos ocupantes disparou nove vezes contra a parlamentar, atingindo o vidro e parte da porta traseira direita do automóvel.
O carro onde estava a vereadora andou mais alguns metros, e os assassinos fugiram. Marielle e Gomes morreram imediatamente. A assessora foi atingida só por estilhaços e prestou depoimento ainda de madrugada, por cinco horas.
Outra testemunha, alguém que passava pelo local na hora do ataque, também teria prestado depoimento. A arma usada no crime foi uma pistola 9 milímetros, segundo a perícia, que recolheu cartuchos no local do crime. A polícia acredita que o carro foi seguido pelo veículo onde estava o assassino desde que ela saiu da reunião na Lapa.
O motivo é que, embora os vidros do automóvel de Marielle estivessem cobertos por película escura, os bandidos pareciam saber exatamente onde ela estava sentada – a vereadora não costumava ir atrás. Foi na direção daquele ponto que os disparos foram feitos. A exatidão dos tiros também chamou a atenção dos investigadores.
Segundo a TV Globo, imagens de câmeras mostram que um carro parado por duas horas perto de onde Marielle participava do evento. Esse automóvel teria saído quando o veículo de Marielle deixou o local. A possibilidade de ter sido reação das milícias à intervenção chegou a ser repassada ao Palácio do Planalto nesta quinta-feira (15), mas depois perdeu força. A informação recebida pelo Planalto é de que a principal de linha de investigação é mesmo de execução.
Ajuda federal
A Polícia Federal vai auxiliar a investigação, mas a chefia da apuração fica a cargo da Polícia Civil. A possibilidade de federalizar o caso havia sido cogitada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mas não foi à frente. Investigações são federalizadas quando há delito contra os direitos humanos e incapacidade do Estado para apurar. Então, a PF apura e a Justiça Federal julga. “É um caso que precisa do apoio de todas as forças investigatórias”, disse Raquel.
A Polícia Federal vai auxiliar a investigação, mas a chefia da apuração fica a cargo da Polícia Civil. A possibilidade de federalizar o caso havia sido cogitada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, mas não foi à frente. Investigações são federalizadas quando há delito contra os direitos humanos e incapacidade do Estado para apurar. Então, a PF apura e a Justiça Federal julga. “É um caso que precisa do apoio de todas as forças investigatórias”, disse Raquel.
De manhã, Rivaldo não demonstrou entusiasmo sobre a ajuda da PF. “Temos nossos protocolos estabelecidos. Quem quiser nos ajudar, receberemos a ajuda, de qualquer instituição. Entretanto, quero dizer que a Polícia Civil do Rio tem capacidade para resolver esse caso.”
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