Suspensão parcial de serviço no Cisam, na Encruzilhada, começou às 8h desta quarta(21) e vai até a manhã da quinta (22).
Imagens divulgadas por sindicalistas mostram grávidas sentadas em poltronas para esperar a vez de entrar na sala de parto no Cisam, no Recife (Foto: Reprodução/TV Globo)
Servidores da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal realizaram, nesta quarta-feira (21), uma paralisação no Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), na Encruzilhada, na Zona Norte do Recife. Eles denunciaram superlotação e falta de condições de atendimento a grávidas.
A suspensão parcial das atividades começou às 8h e vai seguir até o início da manhã de quinta-feira (22). Os trabalhadores exigem providências para evitar a falta de leitos para as gestantes.
Vídeos divulgados pelos servidores, na manhã desta quarta, mostraram grávidas sentadas em poltronas. De acordo com os trabalhadores, elas esperavam o momento de entrar na sala de parto.
“Como não há vagas, elas chegam e ficam na frente da triagem aguardando a vez de dar à luz”, afirmou”, afirmou Pedro Henrique Sobral, responsável pela assessoria de comunicação do Sindicato dos Servidores da Universidade de Perenambuco (UPE).
A instituição de esnino é a responsável pela coordenação das aticvidades no ambulatório e na maternidade. De acordo com a entidade sindical, a paralisação teve adesão e várias categorias, exceto os médicos. “Acredito que 30% dos serviços funcionaram nesta quarta”, observou Pedro Henrique.
Além da falta de leitos para as gestantes, os sindicalistas e servidores da unidade de saúde denunciam a falta de estrutura em alguns setores do Cisam.
“Como tem muitos leitos em um mesmo espaço, foi preciso fazer adaptações elétricas e nem sempre elas são seguras. São muitos fios na mesma tomada e isso coloca todos em risco”, comentou o assessor do sindicato.
Várias encubadoras ficam na mesma sala do Cisam, no Recife, segundo os servidores (Foto: Reprodução/TV Globo)
Importância
O Cisam teve sua origem na Maternidade Professor Monteiro de Morais, em 1946. Tornou-se referência para o sistema estadual de saúde na assistência a gestação de alto risco em março de 2004. Em 2005, foi certificado como hospital de ensino.
Sete municípios da Região Metropolitana do Recife fecharam maternidades nos últimos cinco anos (Foto: Arte/TV Globo)
Mais problemas
A falta de condições denunciada pelos servidores da UPE e do Cisam é reflexo de um problema na rede de atedimento a grávidas nas redes públicas de saúde no Grande Recife. Nos últimos meses, dos 15 municípios da Região Metropolitana sete fecharam maternidades. Dados do Conselho Federal de Medicina revelam que, em cinco anos, Pernambuco perdeu 136 leitos de obstetrícia.
Resposta
A gestão executiva do Cisam/UPE esclareceu, por meio de nota, que a superlotação é decorrente de demanda reprimida existente na rede de saúde. A unidade hospitalar prefere atender as pacientes, mesmo sem leitos, a mandá-las de volta para casa.
Com relação ao risco nas instalações elétricas, a gestão informou que já tomou as providências necessárias para que a infraestrutura da unidade funcione de maneira adequada no atendimento aos pacientes.
A unidade afirmou que tem como objetivo otimizar e agilizar o atendimento a gestante, utilizando o máximo da capacidade. Para isso, faz ajustes como a elaboração de novas escalas de plantão, de modo a não faltar profissionais para o atendimento necessário.
g1.globo.com/pe/pernambuco
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