Rede que vai assumir operação da Fnac no país tenta acelerar expansão para enfrentar concorrência da Amazon
Como parte do plano de intensificar suas vendas na internet, a Livraria Cultura fechou a compra da plataforma on-line Estante Virtual, que conecta compradores e vendedores de livros novos e usados na América Latina. O valor da operação, anunciada ontem, não foi revelado pelas duas empresas.
Controlada pela família Herz, a Livraria Cultura tem como meta aumentar em 60% as transações on-line nos próximos dois anos, afirmou a companhia, por meio de nota. Fundada em 2005, a Estante Virtual é uma operação de nicho. Possui 4 milhões de clientes cadastrados e 17,5 milhões de livros vendidos até hoje.
A plataforma foi criada pelo empresário carioca André Garcia e se tornou conhecida por possibilitar o contato entre donos de sebos, livreiros e leitores de diversas regiões do país. Trata-se da segunda aquisição feita pela Livraria Cultura neste ano.
Em julho, a rede acertou a compra da operação da varejista francesa Fnac no Brasil – a companhia deixará, assim, de ter negócios no país. Com a aquisição, a Livraria Cultura, fundada há 70 anos, entrou no segmento de venda de produtos eletrônicos, um mercado antes inexplorado por ela, e passou a ter 29 lojas no Brasil.
CriseA rede tenta acelerar sua expansão enquanto lida com problemas financeiros e aumento da concorrência da rival Amazon, que está ampliando suas operações no Brasil. Após cinco anos no país, a gigante americana do comércio on-line decidiu disputar a venda de produtos eletrônicos no mercado brasileiro.
A Livraria Cultura tem de lidar com uma dura equação: sair do prejuízo enquanto enfrenta queda nas receitas. Depois de atingir R$ 440 milhões em 2014, a empresa viu seu lucro cair 17% nos últimos dois anos, atingindo R$ 380 milhões em 2016. Com isso, foram feitos cortes no setor administrativo e 800 funcionários acabaram demitidos no período.
Ao longo de 2017, as dificuldades financeiras levaram a Livraria Cultura a adiar, inclusive, repasses de pagamento a editoras. A companhia disse, à época, que havia somente renegociações de prazos e não atrasos nos valores devidos.
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