No ano passado, administração estadual contabilizou 1.406 crimes, enquanto entidade sindical registrou 3.797 ocorrências desse tipo, no mesmo período.
Segundo o governo de Pernambuco e o Sindicato dos Rodoviários, número de coletivos assaltados é levado em conta (Foto: Katherine Coutinho/G1)
Governo de Pernambuco aponta a notificação de 1.406 assaltos
a ônibus no estado, em 2017. O Sindicato dos Rodoviários, que representa
motoristas, cobradores e fiscais, registra 3.797 ocorrências do mesmo tipo, no
mesmo período. Isso significa uma diferença de 170% entre as estatísticas. A
administração estadual e a entidade sindical afirmam que o cálculo leva em
consideração o número de coletivos assaltados, sem incluir a quantidade de
vítimas prejudicadas.
Na comparação das estatísticas, a disparidade ocorre em
todos os meses de 2017. A diferença mais acentuada foi verificada em setembro,
quando o governo registrou 75 assaltos a ônibus e o sindicato contabilizou 332
ocorrências do mesmo tipo, totalizando uma diferença de 342%.
De acordo com o governo de Pernambuco, os dados são
consolidados pela Gerência de Análise e Estatística Criminal, órgão vinculado à
Secretaria de Defesa Social (SDS). Os cálculos partem do cruzamento de
informações policiais e ocorrências registradas pelas empresas de ônibus e
incluem BRTs e demais casos, mesmo quando não há subtração da renda dos
veículos.
O Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco, por sua vez,
também afirma contabilizar todos os assaltos a ônibus, independentemente do
roubo da renda dos coletivos. Segundo a entidade, a divulgação dos números é
uma forma de “denunciar a insegurança que a categoria enfrenta diariamente no
exercício das suas funções”.
A SDS, no entanto, afirma desconhecer a metodologia
utilizada pelo Sindicato dos Rodoviários. Ainda de acordo com o governo, os
dados oficiais são utilizados pelo Sindicato das Empresas de Transportes de
Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), para planejar ações de
segurança adotadas pelas empresas de ônibus.
Disparidade em janeiro
No início de 2017, os números das duas entidades já
mostravam divergências. A SDS informou, na época, contabilizar apenas os casos
em que há boletim de ocorrência registrado em delegacias. Já o sindicato afirma
que os dados são provenientes de informações das empresas de transporte
coletivo e dos funcionários prejudicados pelos assaltantes.
A divergência entre os dados oficiais e dos motoristas e
cobradores também foi verificada em 2016. Para a SDS, ocorreram 1.223 crimes
contra ônibus, entre janeiro e dezembro de tal ano, o que significa uma média
de 101 casos por mês. Para o sindicato, foram 1.916 crimes, entre janeiro e
dezembro de 2016, o que corresponde a 159 ações criminosas a cada 30 dias, em
média.
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