Biografia
Rachel de Queiroz com os amigos Adonias Filho (esquerda), e
Gilberto Freyre (direita).
Rachel era filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde
Franklin de Queiroz, descendente pelo lado materno da família de José de
Alencar.
Em 1915, após uma grande seca, muda-se com seus pais para o
Rio de Janeiro e logo depois para Belém do Pará. Retornou para Fortaleza dois
anos depois.
Em 1925 concluiu o curso normal no Colégio da Imaculada
Conceição. Estreou na imprensa no jornal ´´O Ceará´´, escrevendo crônicas e
poemas de caráter modernista sob o pseudônimo de Rita de Queluz. No mesmo ano
lançou em forma de folhetim o primeiro romance, História de um Nome.
Aos dezenove anos, ficou nacionalmente conhecida ao publicar
O Quinze (1927), romance que mostra a luta do povo nordestino contra a seca e a
miséria. Demonstrando preocupação com questões sociais e hábil na análise
psicológica de seus personagens, destaca‐se no desenvolvimento do romance
nordestino.
Começa a se interessar em política social em 1928-1929 ao
ingressar no que restava do Bloco Operário Camponês em Fortaleza, formando o
primeiro núcleo do Partido Comunista Brasileiro. Em 1933 começa a dissentir da
direção e se aproxima de Lívio Xavier e de seu grupo em São Paulo, lá indo
morar até 1934. Milita então com Aristides Lobo,[2] Plínio Mello, Mário
Pedrosa, Lívio Xavier, se filiando ao sindicato dos professores de ensino livre,
controlado naquele tempo pelos trotskistas.
Depois, viaja para o norte em 1934, lá permanecendo até
1939. Já escritora consagrada, muda-se para o Rio de Janeiro. No mesmo ano foi
agraciada com o Prêmio Felipe d'Oliveira pelo livro As Três Marias. Escreveu
ainda João Miguel (1932), Caminhos de Pedras (1937) e O Galo de Ouro (1950).
Foi presa em 1937, em Fortaleza, acusada de ser comunista.
Exemplares de seus romances foram queimados. Em 1964, apoiou a ditadura militar
que se instalou no Brasil. Integrou o Conselho Federal de Cultura e o diretório
nacional da ARENA, partido político de sustentação do regime.
Homenageada em selo postal da Sérvia, em 2011.
Lançou Dôra, Doralina em 1975, e depois Memorial de Maria
Moura (1992), saga de uma cangaceira nordestina adaptada para a televisão em
1994 numa minissérie apresentada pela Rede Globo. Exibida entre maio e junho de
1994 no Brasil, foi apresentada em Angola, Bolívia, Canadá, Guatemala,
Indonésia, Nicarágua, Panamá, Peru, Porto Rico, Portugal, República Dominicana,
Uruguai e Venezuela, sendo lançada em DVD em 2004.
Publicou um volume de memórias em 1998. Transforma a sua
"Fazenda Não Me Deixes", propriedade localizada em Quixadá, estado do
Ceará, em reserva particular do patrimônio natural. Morreu em 4 de novembro de
2003, vítima de problemas cardíacos, no seu apartamento no Rio de Janeiro, dias
antes de completar 93 anos.
Durante trinta anos escreveu crônicas para a revista semanal
O Cruzeiro e com o fim desta para o jornal O Estado de S. Paulo.
Academia Brasileira de Letras
Concorreu contra o jurista Pontes de Miranda para a vaga de
Cândido Mota Filho da cadeira 5 da Academia Brasileira de Letras. Venceu o
pleito ocorrido em 4 de agosto de 1977 por 23 votos, contra 15 dados ao
opositor e um em branco. Foi empossada em 4 de novembro de 1977.[7] Recebida
por Adonias Filho, foi a quinta ocupante da cadeira 5, que tem como patrono
Bernardo Guimarães.
Prêmios outorgados (os principais)
Prêmio Fundação Graça Aranha para O quinze, 1917
Prêmio Sociedade Felipe d' Oliveira para As Três Marias,
1939
Prêmio Saci, de O Estado de S. Paulo, para Lampião, 1954
Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras,
pelo conjunto de obra, 1957
Prêmio Teatro, do Instituto Nacional do Livro, e Prêmio
Roberto Gomes, da Secretaria de Educação do Rio de Janeiro, para A beata Maria
do Egito, 1959
Prêmio Jabuti de Literatura Infantil, da Câmara Brasileira
do Livro (São Paulo), para O menino mágico, 1969
Prêmio Nacional de Literatura de Brasília para conjunto de
obra em 1980
Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do
Ceará, em 1981
Medalha Marechal Mascarenhas de Morais, em solenidade
realizada no Clube Militar, em 1983
Medalha Rio Branco, do Itamarati, 1985;
Medalha do Mérito Militar no grau de Grande Comendador, 1986
Medalha da Inconfidência do Governo de Minas Gerais, 1989
Prêmio Camões, o maior da Língua Portuguesa, 1993,[8] sendo
a primeira mulher a recebê-lo
Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual do
Ceará - UECE, 1993
Título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Estadual
Vale do Acaraú, de Sobral, em 1995
Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal,
25 de Março de 1996[9]
Prêmio Moinho Santista de Literatura, 1996, dentre outros
inúmeros prêmios e títulos
Título Doutor Honoris Causa da Universidade Estadual do Rio
de Janeiro, 2000
Medalha Boticário Ferreira, da Câmara Municipal de
Fortaleza, 2001.
Troféu Cidade de Camocim em 20 de Julho de 2001 - Academia
Camocinense de Letras e Prefeitura Municipal de Camocim
Obras
Principais
O quinze, romance 1930, tradução francesa com o título
L'année de la grande sécheresse, Stock, Paris, 1986, ISBN 2-234-01933-8
João Miguel, romance (1932)
Caminho de pedras, romance (1937)
As Três Marias, romance (1939)
A donzela e a moura torta, crônicas (1948)
O galo de ouro, romance (folhetins na revista O Cruzeiro,
1950)
Lampião - peça de teatro (1953)
A beata Maria do Egito- peça de teatro (1958)
Lampião; A Beata Maria do Egito (livro-2005)
Cem crônicas escolhidas (1958)
O brasileiro perplexo, crônicas (1964)
O caçador de tatu, crônicas (1967)
Um Alpendre, uma rede, um açude - 100 crônicas escolhidas
O homem e o tempo - 74 crônicas escolhidas
O menino mágico, infanto-juvenil (1969)
Dôra, Doralina, romance (1975)
As menininhas e outras crônicas (1976)
O jogador de sinuca e mais historinhas (1980)
Cafute e Pena-de-Prata, infanto-juvenil (1986)
Memorial de Maria Moura, romance (1992)
As terras ásperas (1993)
Teatro, teatro (1995)
Nosso Ceará, relato, (1996) (em parceria com a irmã Maria
Luiza de Queiroz Salek)
Tantos Anos, autobiografia (1998) (com a irmã Maria Luiza de
Queiroz Salek)
Não me deixes: suas histórias e sua cozinha, memórias
gastronômicas (2000) (com Maria Luiza de Queiroz Salek)
Reunidas de ficção
Três romances (1948)
Quatro romances (1960)
Seleta, seleção de Paulo Rónai; notas e estudos de Renato
Cordeiro Gomes (1973)
No dia 4 de dezembro de 2003, um mês depois de sua morte,
foi lançado na Academia Brasileira de Letras o livro Rachel de Queiroz, um
perfil biográfico da escritora, fruto de uma longa pesquisa realizada pela
jornalista Socorro Acioli, publicado pelas Edições Demócrito Rocha.
Sua biografia foi narrada no livro No Alpendre com Rachel,
de autoria de José Luís Lira, lançado na Academia Brasileira de Letras em 10 de
julho de 2003, poucos meses antes do falecimento da escritora.
wikipedia
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