Instauração do inquérito contra o governador do Rio foi
solicitada pelo MPF
O ministro Luis Felipe Salomão, do STJ (Superior Tribunal de
Justiça), autorizou a abertura de inquérito para investigar a relação do
governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando de Souza, o Pezão, com a
construtora Odebrecht.
A instauração do inquérito no STJ foi requerida pelo MPF
(Ministério Público Federal) após os depoimentos dos executivos da construtora
no âmbito do acordo de delação premiada homologado pelo STF (Supremo Tribunal
Federal).
No acordo de delação premiada firmado com a PGR (Procuradoria-Geral
da República), o ex-executivo da Odebrecht Benedicto Barbosa Júnior, o BJ,
disse que o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) negociou com a empreiteira mais
de R$ 20 milhões, via caixa dois, para a campanha de Pezão ao governo do Rio em
2014.
De acordo com BJ, o montante faz parte do total de R$ 120
milhões que a empresa teria repassado ilegalmente a Cabral e a Pezão desde
2006.
Em sua decisão, Luis Felipe Salomão destacou que o relato
apresentado pelo MPF aponta, em tese, "a existência de fundamentos
suficientes para a prática de conduta típica", sendo necessária a
investigação do caso.
O ministro requisitou documentos do Tribunal Superior
Eleitoral referentes à prestação de contas da campanha do governador em 2014,
além de solicitar às varas federais responsáveis pela Operação Lava Jato no Rio
de Janeiro e em Curitiba o compartilhamento de dados e documentos.
Salomão citou precedentes do STJ que autorizam a instauração
de inquérito com base em elementos indiciários mínimos, capazes de justificar a
investigação para apurar a materialidade e autoria de eventuais crimes.
Para preservar a integridade da investigação, o ministro
determinou que o inquérito seja mantido em segredo de Justiça, autorizando
apenas a publicidade desta decisão.
noticias.r7.com
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