Batalha final A última flecha lançada por Rodrigo Janot
contra Michel Temer encontrará um Congresso organizado para o contra-ataque. Ao
fazer denúncias em série contra os maiores partidos do país às vésperas de
deixar o posto, o ainda chefe da PGR engrossou o caldo corporativista que dará
o tom da resposta do Legislativo a ele. Temer precisa, sim, reorganizar a base.
Mas fará isso em cenário menos adverso e ao mesmo tempo em que a CPI da JBS
tentará reescrever a história do procurador-geral.
Roteiro Partidos da base aliada orientaram seus membros a
usarem a CPI para explorar, de saída, as ligações entre o ex-procurador
Marcello Miller e a advogada Fernanda Tórtima. Querem apresentar Janot como a
ponta de uma lança composta pelo ex-procurador e a advogada para direcionar
delações.
Imprevisto Entusiastas da denúncia contra Temer lembram que,
apesar da forte resistência do Congresso a Janot, há um fator que deixa o
presidente fortemente exposto: o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que está
preso.
Avisado Encarcerado na última sexta (8), Geddel afirmou a
aliados, há alguns meses, que o presidente deveria se preocupar menos com sua
imagem e mais “com a própria pele”. Segundo o relato, ele concluiu dizendo: “Não
aguento uma semana preso”.
Esqueceram dele? Integrantes do Judiciário e do Congresso
estranharam o fato de a PGR de não ter recorrido da decisão do ministro Edson
Fachin de negar a prisão temporária de Miller. Lembram que, na Lava Jato, a
regra sempre foi insistir.
Tudo vale a pena Prestes a passar o comando do Ministério
Público Federal para Raquel Dodge, o clima na equipe de Rodrigo Janot é de
pesar pela forma como ele encerra o mandato. O procurador-geral fará um balanço
de sua gestão aos integrantes da PGR nesta sexta-feira (15).
Aproveitando Os partidos insatisfeitos com Antonio Imbassahy
(Secretaria de Governo) vão usar a votação da segunda denúncia para pressionar
Temer a tirar o tucano do Planalto. PP e PR estão na linha de frente.
Veio a calhar No dia em que Janot apresentou nova denúncia
contra o presidente, Augusto Coutinho (SD-PE) protocolou projeto que proíbe
substituições na CCJ.,
É guerra O ministro do STJ João Otávio de Noronha voltou a
fazer ataques à presidente da corte, Laurita Vaz. Acusou-a de usar dois pesos e
duas medidas ao cobrar investigação sobre a suposta ação de uma advogada,
Renata Araújo, para influenciar decisões do tribunal.
É guerra 2 “Em nome da transparência republicana”, disse
Noronha em mensagem aos colegas, “não deveria a presidente, a nova moralista da
República, esclarecer que sua filha foi estagiária e depois trabalhou no
escritório de Renata Araújo?”. Procurada, Vaz não respondeu.
Começar de novo De olho em seu xadrez interno, o prefeito
João Doria tem se reaproximado de integrantes do PSDB aliados a Aécio Neves
(MG). Quando o senador foi alvo do escândalo da JBS, Doria cobrou sua saída do
comando da sigla.
Conta zerada Depois do gesto, Doria e Aécio conversaram na
quarta-feira (13).
Sabatina A Frente Parlamentar da Agricultura acertou um
almoço com Jair Bolsonaro, na próxima terça (19). Na outra semana, dia 26, será
a vez de João Doria.
Segue o jogo O ex-presidente Lula fará nova temporada de
caravanas. Vai a Minas em outubro e, em seguida, percorrerá a região Norte.
Estamos juntos Michel Temer telefonou para o ministro da
Agricultura, Blairo Maggi, depois de ele ter sido alvo de mandados de busca e
apreensão. Queria demonstrar apoio e garantir a permanência dele no governo.
Visita à Folha Marconi Perillo (PSDB), governador de Goiás,
visitou a Folha nesta quinta-feira (14), a convite do jornal, onde foi recebido
em almoço. Estava acompanhado de Alexandre Possebon, secretário-adjunto de
Agricultura de Mato Grosso.
TIROTEIO
Com a nova denúncia, Temer vai ter de fazer nova revisão da
meta fiscal. Não será possível comprar mais apoios com o atual deficit.
DO SENADOR HUMBERTO COSTA (PT-PE), sobre a acusação feita
por Rodrigo Janot contra Michel Temer por organização criminosa e obstrução de
Justiça.
CONTRAPONTO
Alô, alô? Som?
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso compareceu na terça (12) à Justiça Federal de SP para depor, por videoconferência, como testemunha de defesa de Lula em um processo da Operação Zelotes .
Na audiência, o procurador da República Hebert Mesquita, que estava em Brasília, quis saber se o sistema estava funcionando:
— Presidente, o senhor me escuta bem?
— Muito bem. Por enquanto, né? Ainda não estou totalmente surdo!
blogfolha.uol.com.br
0 Comentários
A sua mensagem foi recebida com sucesso!